THE BLING RING
Difícil filme este THE BLING RING. De que lado Coppola está? Do lado dos que roubam, ou do lado dos que são roubados? De quem ela tem raiva, ou por quem ela tem paixão? De ambos. Coppola, a eterna filha de Coppola, querendo ou não? Então, de que lado se pode estar? Todos os filmes anteriores de Sofia Coppola eram uma espécie de ajuste de contas com seu passado, os conflitos entre a admiração pela opulência e um nojo desse mesmo circuito. Como se posicionar? THE BLING RING é uma mistura entre AS VIRGENS SUICIDAS e MARIA ANTONIETTA. Amoralismo das jovens que, juntas, querem ir além dos limites do mundo, viver a vida como se fossem só elas. Pesar por esse conto de fadas vazio e pretensamente opulento. Um tédio. Mas THE BLING RING não tem a melancolia de MARIA ANTONIETTA nem de SOMEWHERE. Há algo que pulsa nos jovens, mas o que pulsa não deixa de ser vazio e autocomplacente. Um filme com variações em torno do mesmo ato. Andar em círculos. Então, de que lado se está? O que se busca com esse filme? Nem tanto um prazer em filmar, nem tanto decupar as estripulias próprias do universo do cinema: há um certo torpor mas ao mesmo tempo uma certa recusa. Coppola usa toda a estrutura de produção que está disponível para fazer os seus filmes para promover tabalhos ambíguos entre a identificação e o distanciamento desse universo. É isso o que me parece aproximar este filme de MARIA ANTONIETA: os personagens vivem em castelos de cartas, pois é o que há para viver, nada mais. Opulência dos personagens, opulência da diretora, no seu "parque de diversões" de Hollywood. Mas sem melancolia, sem culpa, sem missões e sem desejo. Um prazer moderado, um prazer nada deslumbrado: THE BLING RING não é SPRING BREAKERS com seus jogos visuais de sedução "sensorial". Nem sexo há. Não há prazer; os roubos apenas se sucedem. A prova disso é que boa parte do filme é filmada em planos gerais (bela opção). A paisagem - ou ainda, a opulência da paisagem - talvez seja a grande personagem desse filme ambíguo, que merece uma revisão mais atenta, que dialoga com filmes anteriores ao mesmo tempo que ventila a filmografia de Sofia Coppola.
Difícil filme este THE BLING RING. De que lado Coppola está? Do lado dos que roubam, ou do lado dos que são roubados? De quem ela tem raiva, ou por quem ela tem paixão? De ambos. Coppola, a eterna filha de Coppola, querendo ou não? Então, de que lado se pode estar? Todos os filmes anteriores de Sofia Coppola eram uma espécie de ajuste de contas com seu passado, os conflitos entre a admiração pela opulência e um nojo desse mesmo circuito. Como se posicionar? THE BLING RING é uma mistura entre AS VIRGENS SUICIDAS e MARIA ANTONIETTA. Amoralismo das jovens que, juntas, querem ir além dos limites do mundo, viver a vida como se fossem só elas. Pesar por esse conto de fadas vazio e pretensamente opulento. Um tédio. Mas THE BLING RING não tem a melancolia de MARIA ANTONIETTA nem de SOMEWHERE. Há algo que pulsa nos jovens, mas o que pulsa não deixa de ser vazio e autocomplacente. Um filme com variações em torno do mesmo ato. Andar em círculos. Então, de que lado se está? O que se busca com esse filme? Nem tanto um prazer em filmar, nem tanto decupar as estripulias próprias do universo do cinema: há um certo torpor mas ao mesmo tempo uma certa recusa. Coppola usa toda a estrutura de produção que está disponível para fazer os seus filmes para promover tabalhos ambíguos entre a identificação e o distanciamento desse universo. É isso o que me parece aproximar este filme de MARIA ANTONIETA: os personagens vivem em castelos de cartas, pois é o que há para viver, nada mais. Opulência dos personagens, opulência da diretora, no seu "parque de diversões" de Hollywood. Mas sem melancolia, sem culpa, sem missões e sem desejo. Um prazer moderado, um prazer nada deslumbrado: THE BLING RING não é SPRING BREAKERS com seus jogos visuais de sedução "sensorial". Nem sexo há. Não há prazer; os roubos apenas se sucedem. A prova disso é que boa parte do filme é filmada em planos gerais (bela opção). A paisagem - ou ainda, a opulência da paisagem - talvez seja a grande personagem desse filme ambíguo, que merece uma revisão mais atenta, que dialoga com filmes anteriores ao mesmo tempo que ventila a filmografia de Sofia Coppola.
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