Filmes brasileiros do coração
A Filme Cultura fez uma enquete dos “filmes brasileiros do coração”. Eis a minha lista individual. As demais listas podem ser vistas aqui
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Antes de serem os filmes brasileiros mais relevantes de sua história, esta é uma lista dos filmes que mexeram comigo, que me fizeram ser uma outra pessoa logo após sua exibição, que permanecerão comigo como uma tatuagem em minha alma. Ei-los:
1 – Aopção, de Ozualdo Candeias
2 – Limite, de Mario Peixoto
3 – Estética da solidão, dos Irmãos Pretti
4 – Estranho triângulo, de Pedro Camargo
5 – Crônica de um industrial, de Luiz Rosemberg Filho
6 – O bravo guerreiro, de Gustavo Dahl
7 – Vilas volantes – o verbo contra o vento, de Alexandre Veras
8 – Matou a família e foi ao cinema, de Julio Bressane
9 – O velho e o novo, de Maurício Gomes Leite
10 – Serras da desordem, de Andrea Tonacci
1 – Aopção, de Ozualdo Candeias
O grande filme esquecido do cinema nacional. O Brasil sem paternalismo. A opção de Candeias. Um cinema radical e solitário.
2 – Limite, de Mario Peixoto
À frente de seu tempo. Rigor e vigor. Um filme definitivo. Uma ilha no cinema brasileiro.
3 – Estética da Solidão, dos Irmãos Pretti
Antecipa o jovem cinema contemporâneo brasileiro em dez anos. Para mim, abriu uma possibilidade sem fim: fazer tudo com nada; um cinema de tudo ou nada. Sem concessões. Sem anestesia. Somente a solidão, que escorre na duração de cada plano.
4 – Estranho Triângulo, de Pedro Camargo
Pedro Camargo é um grande cineasta brasileiro incompreendido. Um filme feito com o coração, com a cabeça e com o sexo. O Kane brasileiro: Rosebud e os castelos de areia. Tudo o que se pode esperar de um primeiro filme: uma declaração de princípios. Como típico filme de Pedro Camargo, um falso filme de gênero (ou um falso filme de produtor) sobre o fim do sonho do progresso brasileiro.
5 – Crônica de um industrial, de Luiz Rosemberg Filho
O canto do cisne do cinema novo. O decadentismo à la Visconti. Fusão ambígua entre o cinema novo e o cinema marginal. Profunda declaração de contas pessoal. O mais belo filme amargo do cinema brasileiro.
6 – O Bravo Guerreiro, de Gustavo Dahl
Um filme visionário, à frente de seu tempo. Um documentário sobre a história política do cinema brasileiro: Pereio é Dahl dez, vinte, trinta, quarenta anos depois. Um filme atual, sempre. O grande final do cinema brasileiro.
7 – Vilas Volantes – o verbo contra o vento, de Alexandre Veras
O mais importante filme da história do cinema cearense. Memória e processo. Sokurov e Tarkovski nas areias do interior do Ceará. Tudo se esvai menos a beleza do momento. O início de novos rumos para o cinema contemporâneo brasileiro.
8 – Matou a Família e Foi ao Cinema, de Julio Bressane
Uma elegia ao desespero. O cinema pode ser tudo se se entregar ao verdadeiro. Um belo filme sobre a tragicidade da beleza de um encontro sem volta. O amor e a morte. A morte de um cinema por um ato de amor.
9 – O velho e o novo, de Maurício Gomes Leite
A vitória da palavra contra o silêncio, do tempo contra a morte, da liberdade contra o medo, do pensamento contra a clausura. Um enorme filme sobre a liberdade deste injustiçado que é Maurício Gomes Leite.
10 – Serras da Desordem, de Andrea Tonacci
Depois de mais de trinta anos sem realizar um longa de ficção, Tonacci mostra que permanece à frente de seu tempo. Um filme definitivo sobre o Brasil. Um filme sobre o paraíso perdido. Tonacci, Carapiru, nós, o Brasil.
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Antes de serem os filmes brasileiros mais relevantes de sua história, esta é uma lista dos filmes que mexeram comigo, que me fizeram ser uma outra pessoa logo após sua exibição, que permanecerão comigo como uma tatuagem em minha alma. Ei-los:
1 – Aopção, de Ozualdo Candeias
2 – Limite, de Mario Peixoto
3 – Estética da solidão, dos Irmãos Pretti
4 – Estranho triângulo, de Pedro Camargo
5 – Crônica de um industrial, de Luiz Rosemberg Filho
6 – O bravo guerreiro, de Gustavo Dahl
7 – Vilas volantes – o verbo contra o vento, de Alexandre Veras
8 – Matou a família e foi ao cinema, de Julio Bressane
9 – O velho e o novo, de Maurício Gomes Leite
10 – Serras da desordem, de Andrea Tonacci
1 – Aopção, de Ozualdo Candeias
O grande filme esquecido do cinema nacional. O Brasil sem paternalismo. A opção de Candeias. Um cinema radical e solitário.
2 – Limite, de Mario Peixoto
À frente de seu tempo. Rigor e vigor. Um filme definitivo. Uma ilha no cinema brasileiro.
3 – Estética da Solidão, dos Irmãos Pretti
Antecipa o jovem cinema contemporâneo brasileiro em dez anos. Para mim, abriu uma possibilidade sem fim: fazer tudo com nada; um cinema de tudo ou nada. Sem concessões. Sem anestesia. Somente a solidão, que escorre na duração de cada plano.
4 – Estranho Triângulo, de Pedro Camargo
Pedro Camargo é um grande cineasta brasileiro incompreendido. Um filme feito com o coração, com a cabeça e com o sexo. O Kane brasileiro: Rosebud e os castelos de areia. Tudo o que se pode esperar de um primeiro filme: uma declaração de princípios. Como típico filme de Pedro Camargo, um falso filme de gênero (ou um falso filme de produtor) sobre o fim do sonho do progresso brasileiro.
5 – Crônica de um industrial, de Luiz Rosemberg Filho
O canto do cisne do cinema novo. O decadentismo à la Visconti. Fusão ambígua entre o cinema novo e o cinema marginal. Profunda declaração de contas pessoal. O mais belo filme amargo do cinema brasileiro.
6 – O Bravo Guerreiro, de Gustavo Dahl
Um filme visionário, à frente de seu tempo. Um documentário sobre a história política do cinema brasileiro: Pereio é Dahl dez, vinte, trinta, quarenta anos depois. Um filme atual, sempre. O grande final do cinema brasileiro.
7 – Vilas Volantes – o verbo contra o vento, de Alexandre Veras
O mais importante filme da história do cinema cearense. Memória e processo. Sokurov e Tarkovski nas areias do interior do Ceará. Tudo se esvai menos a beleza do momento. O início de novos rumos para o cinema contemporâneo brasileiro.
8 – Matou a Família e Foi ao Cinema, de Julio Bressane
Uma elegia ao desespero. O cinema pode ser tudo se se entregar ao verdadeiro. Um belo filme sobre a tragicidade da beleza de um encontro sem volta. O amor e a morte. A morte de um cinema por um ato de amor.
9 – O velho e o novo, de Maurício Gomes Leite
A vitória da palavra contra o silêncio, do tempo contra a morte, da liberdade contra o medo, do pensamento contra a clausura. Um enorme filme sobre a liberdade deste injustiçado que é Maurício Gomes Leite.
10 – Serras da Desordem, de Andrea Tonacci
Depois de mais de trinta anos sem realizar um longa de ficção, Tonacci mostra que permanece à frente de seu tempo. Um filme definitivo sobre o Brasil. Um filme sobre o paraíso perdido. Tonacci, Carapiru, nós, o Brasil.
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