Acabei de ver FESTA NA BOCA, do Candeias, e estou extasiado. Acho que nada me encanta mais do que um "filme-diário". Festa na Boca é lindo: o filme é assinado como “uma reportagem de Ozualdo R. Candeias” (vejam bem a humildade de Candeias, que começou justamente fazendo reportagens, institucionais). Nada resume melhor o filme do que a frase que o abre: “no último dia do ano de 1976 o pessoal da Boca do Lixo Cinema dançou, comeu, capoeirou e bebeu”. Um clima de união e harmonia, uma festa “que não foi oficial mas muito menos oficiosa”. Naquela festa estava se fazendo cinema, e Candeias, com muita intimidade com aquele lugar, “registra” o espírito libertário daquele lugar, que é contagiante. Nem parece o cinema brasileiro que nós conhecemos. Candeias passeia de rosto em rosto, de corpo em corpo, em movimentos fugazes, sempre de aproximação, entre a multidão risonha, que se confraterniza. Festa na Boca é acima de tudo um cântico de celebração a uma possibilidade de viver, e o cinema como fator de comunhão. O mais honesto registro de um tempo.
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"As I was moving ahead ocasionally I saw very brief glimpses of beauty"
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CANDEIAS - BOCA DO LIXO - 55 respostas.
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