THE STRANGER
O Estrangeiro
de Orson Welles
0 ½
O Estrangeiro é uma grande decepção em se tratando de um diretor da envergadura de um Orson Welles: trabalho de estúdio vulgar, sem maiores consequências, com um roteiro pífio, apesar de uma premissa interessante: um nazista se refugia numa cidadezinha do interior dos Estados Unidos após o fim de Segunda Gurra, disfarçado de professor de história e casado com a filha do juiz local (uma grande ironia). Mas seu passado um dia lhe bate à porta: um camarada nazista e um policial chegam à cidadezinha para lhe tirar a máscara. O problema está especialmente no roteiro fraquíssimo e nas situações cheias de lugares comuns. Há um clima extremamente exagerado de paranóia pós-Segunda Guerra que funciona como uma espécie de alerta sobre a possibilidade da proximidade do inimigo estrangeiro que pode chegar para arruinar a civilização americana, e é lamentável que Welles tenha se prestado a promover esse papel sobre a intolerância. Loretta Young, como a esposa de Welles, está terrível, e do elenco se salva apenas Edward G. Robinson, que a princípio foi uma escolha do estúdio contra a vontade de Welles. Há um clima de cinema noir, pelo tom misterioso, presença do passado que assombra a pacata vida de uma cidadezinha e temas da natureza do mal e do destino. Nisso há características típicas do cinema de Welles: o esforço no desenho de longos planos-sequência (alguns dos quais até com gruas um tanto desnecessárias) e especialmente no destacado trabalho de fotografia de Russell Metty (com quem Welles também trabalharia em A Marca da Maldade), com um trabalho de luz claramente devoto à estética expressionista. O final, um clímax que envolve uma perseguição no alto do relógio de uma igreja, tem o seu charme, mas não salva o filme do desastre que é, especialmente em se tratando de um filme do Mestre Orson Welles.
de Orson Welles
0 ½
O Estrangeiro é uma grande decepção em se tratando de um diretor da envergadura de um Orson Welles: trabalho de estúdio vulgar, sem maiores consequências, com um roteiro pífio, apesar de uma premissa interessante: um nazista se refugia numa cidadezinha do interior dos Estados Unidos após o fim de Segunda Gurra, disfarçado de professor de história e casado com a filha do juiz local (uma grande ironia). Mas seu passado um dia lhe bate à porta: um camarada nazista e um policial chegam à cidadezinha para lhe tirar a máscara. O problema está especialmente no roteiro fraquíssimo e nas situações cheias de lugares comuns. Há um clima extremamente exagerado de paranóia pós-Segunda Guerra que funciona como uma espécie de alerta sobre a possibilidade da proximidade do inimigo estrangeiro que pode chegar para arruinar a civilização americana, e é lamentável que Welles tenha se prestado a promover esse papel sobre a intolerância. Loretta Young, como a esposa de Welles, está terrível, e do elenco se salva apenas Edward G. Robinson, que a princípio foi uma escolha do estúdio contra a vontade de Welles. Há um clima de cinema noir, pelo tom misterioso, presença do passado que assombra a pacata vida de uma cidadezinha e temas da natureza do mal e do destino. Nisso há características típicas do cinema de Welles: o esforço no desenho de longos planos-sequência (alguns dos quais até com gruas um tanto desnecessárias) e especialmente no destacado trabalho de fotografia de Russell Metty (com quem Welles também trabalharia em A Marca da Maldade), com um trabalho de luz claramente devoto à estética expressionista. O final, um clímax que envolve uma perseguição no alto do relógio de uma igreja, tem o seu charme, mas não salva o filme do desastre que é, especialmente em se tratando de um filme do Mestre Orson Welles.
Comentários