o cinéfilo e o gourmet
A palavra “cinéfilo” ou “cinefilia” tem sido vista com um uso bastante desgastado. Independentemente disso, ela tem sido usada no fundo para diferenciar o “cinéfilo” do “espectador comum”. No fundo, é quase como a diferença entre um gourmet e uma pessoa comum, que come, gosta de comida, mas não se dedica seriamente ao tema. A principal diferença seria essa: o gourmet é aquele que, quando vê um prato de comida, tem uma certa reverência, um respeito pelo fato de preparar um prato. Há algumas discussões sobre o assunto: se um gourmet é aquele que necessariamente pesquisa incessantemente sobre o assunto, ou se ele precisa de fato ter comido uma centena de pratos para conhecer todos os paladares possíveis. O cinéfilo muitas vezes é confundido com aquele que simplesmente “vê uma quentidade absurda de filmes”, mas na verdade é mais do que isso: é aquele que simplesmente sabe diferenciar uma iguaria fina de um prato comum do dia-a-dia. Para isso ele sabe que alguns pratos de destaque podem ser apreciados em pequenos botecos de má aparência, ou mesmo a partir de uma matéria-prima de não muita qualidade. Há os que digam que a verdadeira comida é definida pelo “tempero”. É pela magia desse tempero que o cinéfilo procura.
Eu diria que o que eu pessoalmente procuro no cinema são aqueles filmes com um sabor peculiar, feitos mesmo sem tempero algum. Eu busco a invisibilidade do tempero.
Eu diria que o que eu pessoalmente procuro no cinema são aqueles filmes com um sabor peculiar, feitos mesmo sem tempero algum. Eu busco a invisibilidade do tempero.
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