Kiyoshi Kurosawa
Kandagawa Wars (1983) * ½
Cure (1997) ***
License to Live (1998) **½
Barren Illusions (1999) ***½
Charisma (1999) ***
Pulse (2001) ***
Bright Future (Água Viva) (2003) **
Doppelgänger (2003) *
Loft (2006) *
Vítima de uma alucinação (Sakebi / Retribution) (2006) *½
Acabei de escrever um texto a ser publicado em outro local sobre o cinema de Kiyoshi Kurosawa. Apesar de ter visto dez de seus filmes, e escrito com atenção, o cinema de Kurosawa não é um dos que mais me arrebata no cenário do cinema japonês contemporâneo (eu ainda prefiro o cinema de Naomi Kawase e Shinji Aoyama, por exemplo). Ainda assim, o cinema de Kurosawa possui elementos bastante interessantes, e uma filmografia bastante coerente. Seu melhor filme para mim é um trabalho um tanto atípico, Barren Illusions, e um dos realizados com menos recursos, já que é um filme quase todo realizado com uma equipe de alunos universitários. É um filme que aborda a dura tarefa de viver num universo jovem com uma linguagem típica do cinema contemporâneo, mas sem cacoetes de linguagem excessivos, especialmente quanto ao tempo. Cure ainda é seu filme-síntese, o que resume suas preocupações: o cinema de inspiração metafísica que transcende os limites do cinema de gênero (o filme policial). Os planos longos, o uso da profundidade de campo, o uso inventivo das locações, o clima sombrio, a obsessão por temas como a morte, o suicídio ou uma profunda angústia pela condição humana, circunscrevem o cinema de Kurosawa dentro de um certo cinema japonês, e garantem à sua filmografia uma marca bastante particular. Narrativas que se dobram diante de si mesmas, jogos de duplo, mise en scene realista combinada com temas de inspiração fantástica, bruscas descontinuidades também são marcas do cinema inventivo e instigante do cineasta japonês. No entanto, em seus últimos filmes há um certo esgotamento desses elementos, e ao mesmo tempo o diretor relata uma crescente dificuldade de seus próximos projetos conseguirem financiamento. Resta-nos ver se Tokyo Sonata, exibido neste Festival de Cannes na Quinzena, é bem sucedido, e esperar pelo futuro da filmografia desse talentoso cineasta japonês, que ainda permanece inédito comercialmente no Brasil.
Cure (1997) ***
License to Live (1998) **½
Barren Illusions (1999) ***½
Charisma (1999) ***
Pulse (2001) ***
Bright Future (Água Viva) (2003) **
Doppelgänger (2003) *
Loft (2006) *
Vítima de uma alucinação (Sakebi / Retribution) (2006) *½
Acabei de escrever um texto a ser publicado em outro local sobre o cinema de Kiyoshi Kurosawa. Apesar de ter visto dez de seus filmes, e escrito com atenção, o cinema de Kurosawa não é um dos que mais me arrebata no cenário do cinema japonês contemporâneo (eu ainda prefiro o cinema de Naomi Kawase e Shinji Aoyama, por exemplo). Ainda assim, o cinema de Kurosawa possui elementos bastante interessantes, e uma filmografia bastante coerente. Seu melhor filme para mim é um trabalho um tanto atípico, Barren Illusions, e um dos realizados com menos recursos, já que é um filme quase todo realizado com uma equipe de alunos universitários. É um filme que aborda a dura tarefa de viver num universo jovem com uma linguagem típica do cinema contemporâneo, mas sem cacoetes de linguagem excessivos, especialmente quanto ao tempo. Cure ainda é seu filme-síntese, o que resume suas preocupações: o cinema de inspiração metafísica que transcende os limites do cinema de gênero (o filme policial). Os planos longos, o uso da profundidade de campo, o uso inventivo das locações, o clima sombrio, a obsessão por temas como a morte, o suicídio ou uma profunda angústia pela condição humana, circunscrevem o cinema de Kurosawa dentro de um certo cinema japonês, e garantem à sua filmografia uma marca bastante particular. Narrativas que se dobram diante de si mesmas, jogos de duplo, mise en scene realista combinada com temas de inspiração fantástica, bruscas descontinuidades também são marcas do cinema inventivo e instigante do cineasta japonês. No entanto, em seus últimos filmes há um certo esgotamento desses elementos, e ao mesmo tempo o diretor relata uma crescente dificuldade de seus próximos projetos conseguirem financiamento. Resta-nos ver se Tokyo Sonata, exibido neste Festival de Cannes na Quinzena, é bem sucedido, e esperar pelo futuro da filmografia desse talentoso cineasta japonês, que ainda permanece inédito comercialmente no Brasil.
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