(mais tokyo.sora) (III)
11. e 12. Dois momentos de beijo: note como não é só na adolescência que é difícil dar o primeiro beijo (ver foto 6 de Gaichu) - a distância respeitosa e a posição corporal - note o mesmo pescoço alongado do homem que chega com dificuldade à mulher imóvel, bem semelhante à foto 6 de Gaichu.
Na foto seguinte, mal podemos ver o casal que se beija. Espiamos atrás de um arbusto, quase como voyeurs intrusos, numa câmera móvel semi-documental. O corpo do homem (que novamente é o que se move) esconde a mulher. São raras as demonstrações de afeto entre os japoneses num espaço público.
13. Note a função dos "planos vazios" nos espaços privados (comparar com foto 3). Note o enqudramento equilibrado, a beleza da penumbra, e a habilidade na composição do reflexo da janela no espelho, levemente deslocado do centro do quadro. A janela, o espelho e o reflexo no espelho são "quadros dentro do quadro", transmitindo conceitos da filosofia zen.
14. recurso de espaço físico de uma sequencia do filme: a escritora pede ao agente que leia seu manuscrito. É um momento de revelação interior, de liberdade, que o diretor opta por mostrar no terraço do prédio, a céu aberto. Note a distância respeitosa entre eles (os dois no fundo estão apaixonados), e como a posição corporal da escritora demonstra sua tensão em ser aceita (como escritora e como mulher).
15. rigor no enquadramento: ela acaba de receber a notícia de que sua amiga está morta. Note como a bancada cria um clima de simetria, dividindo quase todo o quadro num linha horizontal, contribuindo para destacar a mulher, sentada em posição vertical. O distanciamento respeitoso: o amigo compreende sua dor, mas está longe de tocá-la.
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