Mensagem a quem for de direito
Revendo os meus alfarrábios, descobri que este blog completou três anos (e
um mês)de existência. De lá para cá, muita coisa mudou (em mim, no cinema,
em minha visão de cinema, na blogosfera). Mas uma coisa permaneceu: o desejo
desse blog em mergulhar na obscuridade. Não por timidez, não por estilo, mas
por necessidade. É preciso submergir
para permanecer à tona. E por que esse blog ainda existe? Ora, ele existe
porque existo eu, e escrevo simplesmente para me descobir, para dialogar
comigo mesmo. Sim, de fato, por um lado. Mas por outro, para mim, a crítica
sempre foi "um sinal de um encontro": encontro de um espectador com um
filme, encontro de um sentimento com um texto, encontro de um leitor com um
olhar. Ou ainda, uma passagem, um ato de transmissão. A internet representou
um avanço extraordinário para a
crítica independente, mas por outro lado formou alguns guetos. Por isso, os
blogs continuam sendo a expressão mais libertária da possibilidade de um
jeito de se refletir sobre o cinema, descompromissado com qualquer coisa a
não ser o desejo de um filme. Não gosto da chamada
"crítica independente" que vem sendo citada por aí quando se fala em
internet. Porque os seus nomes, embora sua paixão pelo cinema seja
nitidamente visível, usam a crítica para fazer política (quando não
politicagem), usam a crítica para se promover pessoalmente, para fazer
alianças, defender interesses que vão além do filme. Há exceções, é claro,
mas o que se vê é o desejo de chegar ao poder. E, chegando,
o que farão? Enfim, não é o caminho que esse blog procura. O que ele
procura? A obscuridade. Vive, então, como um "marginal entre marginais". Nem
isso (seria um apelo romântico): ele simplesmente cumpre o seu papel, de me
fazer dialogar comigo mesmo, através do que mais me interessa nessa vida
miserável: o cinema. Alguns, pelas circunstâncias da internet ou da vida,
acabaram cruzando com esse blog. E, gostando ou não, quem vem de peito
aberto geralmente entende que, palavra
por palavra, eis aqui uma pessoa se entregando. De peito aberto, nesse blog,
vou sangrando, de uma forma que meus textos e meus videos me permitem fazer,
e que essa nossa hipócrita vida geralmente
nos nega essa possibilidade.
Comentários
abraços
Cezar
abração.
[ ]s
HugoHenrique
Queria aproveitar para agradecer por aquela semana que foi realmente enriquecedora.
Boa sorte!!!