Separações, Feminices, Carreiras: três trabalhos simples, menores, mas apaixonantes de Domingos Oliveira. Três filmes coerentes, o desenvolvimento de uma filmografia de mais de trinta anos: o trabalho com o digital, o cinema de atores (atrizes), a crônica de costumes da classe média carioca. Um cinema um tanto desleixado com a dramaturgia mas que até isso revela tanto de sua visão de cinema e de mundo. Três filmes que, por trás da comédia, se revelam filmes tristes, filmes que sopram um certo desencanto com um cinema e com um Brasil, mas que permanecem tentando, pensando em como isso se reflete nas relações pessoais. Entre os três (não vi Amores) um certo caminho de desencanto, que cada vez mais vai se aprofundando. Desde a fissura da relação de Separações (como o próprio título afirma), passando pelo “filme possível” (a impossibilidade de se fazer o que se gostaria) e a metalinguagem de Feminices, até o desabafo verborrágico de Carreiras. Um caminho em que o drama fica cada vez mais claro por trás da comédia.

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