Paris Hilton presa

Do outro lado do mundo, nos Estados Unidos, temos o lado oposto mas que confirma a regra. A notícia da (primeira) entrevista de Paris Hilton, direto do Centro de Detenção Regional de Lynwood, é a mesma entrevista da japonesa Riyo Mori. A entrevista foi transmitida em rede nacional, para milhões de pessoas. Parece um trecho tirado do filme Assassinos por Natureza, quando pensamos na exposição de mídia, ou ainda, parece que estamos no Brasil, quando se fala dos privilégios a certos detentos. Mas não: estamos na quintessência da civilização do século XXI, no coração da nação americana. A estrela Paris Hilton é presa, mas recebe tratamento de superstar. Agora, ela descobriu sua paz espiritual na prisão, ainda que sua pele esteja um pouco ressecada. Deus deu a ela uma nova chance, a de explorar uma nova faceta, que irá lhe render vultosos frutos: livros de auto-ajuda e a inserção no mercado espiritual, dias após o escândalo da Igreja Renascer. As pessoas são a sua imagem, e mesmo que a pele esteja um pouco ressecada, essa pode ser uma oportunidade de se metamorfosear, permanecendo o mesmo. E assim gira a roda da vida e das coisas, como se fosse um trecho do início de La Ronde, ou qualquer opereta de Max Ophüls (só pra dizer que falamos um pouco de cinema...)

 

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/06/11/296099395.asp

 

 

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