A Lula e a Baleia

A Lula e a Baleia

De Noah Baumbach

CFB, sex 7 13:30

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O cinema independente norte-americano (se é que ainda existe esse conceito) sempre teve sua vitalidade, porque, à margem das grandes produções, pode ter um olhar mais humano e crítico ao American way of life. Com esse A Lula e a Baleia, Noah Baumbach comprova um certo talento para examinar o impacto da separação de um casal na vida dos dois filhos. As características dos quatro a princípio parecem um tanto esquemáticas (o filho mais novo ao lado da mãe; o filho mais velho ao lado do pai), mas aos poucos Baumbach vai nos despertando a idéia de que seu filme não é tão simplório assim, apesar de continuar sendo simples.

 

O olhar de Baumbach não chega a ser um olhar tão crítico quanto terno. Essa ternura que perpassa esse olhar está muito presente numa câmera e numa luz muito interessantes (o filme tem um look um tanto casual e várias câmeras na mão que dão uma leveza e ao mesmo tempo a luz dá ao filme um tom meio triste “ma non troppo”).

 

Esse pai egoísta que se sufoca no pseudo-fracasso e na dificuldade de dividir as coisas com os outros, mesmo quem ele ama. Essa mãe um tanto ausente, que quer o hoje e o agora. E os dois filhos descobrindo como podem viver no meio de tudo isso, e ambos descobrindo a sexualidade, tema que é tratado (por trás de alguns clichês) de uma forma humana e sincera.

 

A Lula e a Baleia acaba parecendo irregular, mas tem momentos realmente fascinantes, que me tocaram muito. Claro, o filho mais velho acaba sendo a chave do filme, com quem procuramos nos identificar, e um ótimo ator (Jesse Eisenberg), assim como todo o elenco, especialmente Jeff Daniels, fantástico.

 

É meio isso o que consigo falar.

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