Uma Visita ao Louvre
Uma Visita ao Louvre
De Jean Marie Straub e Danielle Huilet
DVD (gravado RAI), sex 23 23hs
***
(Uma primeira impressão de Uma Visita ao Louvre, com legendas em italiano e cópia meio tétrica)
Quando vamos ao Louvre, vemos o movimento da vida e da História da arte pelos quadros, que por definição são estáticos. Isso é possível? É possível ver vida e movimento através desses quadros estáticos?
Lá fora pulsa uma outra vida, a dos carros, a da fumaça, a do barulho. No entanto, essa vida outra é essa mesma vida. Quando os artistas criavam os quadros, também havia uma vida outra pulsando lá fora que no fundo era essa mesma vida.
Se o filme de Straub é basicamente feito filmando os quadros estáticos com uma câmera estática, existe ao longo do filme um movimento: o movimento do tempo (são 41´ vezes 2) e o movimento das palavras (do som).
Esse movimento é em última instância um movimento do espírito, baseado na contemplação e na reflexão.
Notem que desde o início Straub faz questão de dizer (pela boca de outro) que não gosta da arte primitiva. Ou seja, o quadro estático não é para ele homenagem a Lumière, ou coisa do tipo, ou mesmo tentativa de se contrapor aos avanços da tecnologia. Ao contrário, para ele é questão de princípio, sobre o cinema e a vida.
Quando vamos ao Louvre, o que podemos ver além dos quadros? Tudo. Mas só podemos ver se nos concentrarmos nos quadros, na materialidade dos quadros.
Desertum é o análogo-antípoda à Visita ao Louvre. Fiquei com vontade de mandar uma cópia para o Straub (??!!!!??)
De Jean Marie Straub e Danielle Huilet
DVD (gravado RAI), sex 23 23hs
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(Uma primeira impressão de Uma Visita ao Louvre, com legendas em italiano e cópia meio tétrica)
Quando vamos ao Louvre, vemos o movimento da vida e da História da arte pelos quadros, que por definição são estáticos. Isso é possível? É possível ver vida e movimento através desses quadros estáticos?
Lá fora pulsa uma outra vida, a dos carros, a da fumaça, a do barulho. No entanto, essa vida outra é essa mesma vida. Quando os artistas criavam os quadros, também havia uma vida outra pulsando lá fora que no fundo era essa mesma vida.
Se o filme de Straub é basicamente feito filmando os quadros estáticos com uma câmera estática, existe ao longo do filme um movimento: o movimento do tempo (são 41´ vezes 2) e o movimento das palavras (do som).
Esse movimento é em última instância um movimento do espírito, baseado na contemplação e na reflexão.
Notem que desde o início Straub faz questão de dizer (pela boca de outro) que não gosta da arte primitiva. Ou seja, o quadro estático não é para ele homenagem a Lumière, ou coisa do tipo, ou mesmo tentativa de se contrapor aos avanços da tecnologia. Ao contrário, para ele é questão de princípio, sobre o cinema e a vida.
Quando vamos ao Louvre, o que podemos ver além dos quadros? Tudo. Mas só podemos ver se nos concentrarmos nos quadros, na materialidade dos quadros.
Desertum é o análogo-antípoda à Visita ao Louvre. Fiquei com vontade de mandar uma cópia para o Straub (??!!!!??)
Comentários
p.s.: vou pensar melhor sobre esse teu comentário final do desertum. ponto de vista muito interessante.