Sweet Movie
Sweet Movie
de Dusan Makaveyev, Iugoslávia, 1974
****
A crítica é pequena, as palavras são vãs para tentar fazer jus a um filme como Sweet Movie, que se baseia no inexprimível, na poesia da paixão e da vida. Há bastante tempo um filme não me pegava de forma tão desprevenida, e é impossível resistir à paixão furiosa e desesperadora que Makaveyev emprega em cada plano do filme. Trágico, cômico, assustadoramente lírico, nada interessa a Makaveyev a não ser inpregnar o espectador de um espírito libertário, que não tarda a romper a tela, a escancarar as entranhas da realização. Cinema da vida, altamente revolucionário e contagiante, ao contar duas histórias com seus paralelismos e inúmeros pontos em comum (a história de duas moças: uma virgem buscando seu homem e uma marinheira que assassina seus homens), Makaveyev não hesita em deixar a narrativa de lado para tornar Sweet Movie um filme sensorial sobre o desejo, sobre a paixão pela vida, sobre a humanidade. Hilariante, ultra-bem-humorado e tecnicamente impecável, Sweet Movie nos faz lembrar em diversos instantes o nosso cinema marginal, mas para Makaveyev cinema não é avacalhação: seu projeto de cinema parte de uma construção íntima de um sentimento de viver incontrolável, delirante, fantástico, realista. Sedutor, hipnótico e tantos outros adjetivos redutores para tentar explicar o impacto desse filme de Makaveyev, experiência cinematográfica única que, mesmo caindo um pouco nos 20 minutos finais, faz justiça ao título de obra-prima, porque é um filme que desafia os limites do cinema e traz novas luzes para o fazer e para a expressão cinematográficos.
de Dusan Makaveyev, Iugoslávia, 1974
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A crítica é pequena, as palavras são vãs para tentar fazer jus a um filme como Sweet Movie, que se baseia no inexprimível, na poesia da paixão e da vida. Há bastante tempo um filme não me pegava de forma tão desprevenida, e é impossível resistir à paixão furiosa e desesperadora que Makaveyev emprega em cada plano do filme. Trágico, cômico, assustadoramente lírico, nada interessa a Makaveyev a não ser inpregnar o espectador de um espírito libertário, que não tarda a romper a tela, a escancarar as entranhas da realização. Cinema da vida, altamente revolucionário e contagiante, ao contar duas histórias com seus paralelismos e inúmeros pontos em comum (a história de duas moças: uma virgem buscando seu homem e uma marinheira que assassina seus homens), Makaveyev não hesita em deixar a narrativa de lado para tornar Sweet Movie um filme sensorial sobre o desejo, sobre a paixão pela vida, sobre a humanidade. Hilariante, ultra-bem-humorado e tecnicamente impecável, Sweet Movie nos faz lembrar em diversos instantes o nosso cinema marginal, mas para Makaveyev cinema não é avacalhação: seu projeto de cinema parte de uma construção íntima de um sentimento de viver incontrolável, delirante, fantástico, realista. Sedutor, hipnótico e tantos outros adjetivos redutores para tentar explicar o impacto desse filme de Makaveyev, experiência cinematográfica única que, mesmo caindo um pouco nos 20 minutos finais, faz justiça ao título de obra-prima, porque é um filme que desafia os limites do cinema e traz novas luzes para o fazer e para a expressão cinematográficos.
Comentários
luiz pretti
ps.: gostei muito da crítica do filme do clouzot. acho que é isso mesmo. acho que o filme só cai quando ele resolve cronometrar os últimos metros de um rolo de película junto com o fim de um quadro do picasso. cai no óbvio e no didático, mas o resto do filme é muito bom.