O mistério de Picasso
O mistério de Picasso
de Henri-Georges Clouzot, 1956
***
DVD imperdível, que peguei na continuidade das minhas pesquisas sobre o sol do marmeleiro. Clouzot entendia das coisas, até o Truffaut teve que ocncordar: tem uma crítica bem interessante dele como extra do filme.
Há pouco a se dito: trata-se de um filme simples que deve ser visto mais do que comentado. É um filme sobre um artista em processo de criação. A "arte" de Clouzot se faz à medida que a arte de Picasso se desenha na tela. Os dois andam juntos; tornam-se uma coisa só, o filme e a tela, é muito comovente. Como diria Erice tempos depois, o cinema é muito limitado, ainda mais que a pintura. O rolo do filme acaba: é preciso que o quadro fique pronto, ainda que não esteja.
O filme de Clouzot é sobre o artista: então une a técnica ao conceitual. Precisa de uma técnica refinada para que o quadro de Picasso se funda à janela do cinema: é uma solução aciima de tudo técnica. a partir dessa solução técnica, Clouzot faz metalinguagem do espírito.
Metalinguagem: Clouzot mostra (às vezes) o fotógrafo Claude Renoir atrás das câmeras enquanto mostra (às vezes) o pintor Pablo Picasso atrás das telas. Mas só às vezes pq acima de tudo o filme é sobre o processo criativo em si. Deixe que o fazer em si nos ensine mais que qualquer coisa que possa ser elaborado a partir desse fazer. Essa é a psicologia máxima do artista!
Sem psicologia, sem didatismo, sem "filme de arte": o mistério de Picasso é grande cinema. É o documentário em expressão pura.
de Henri-Georges Clouzot, 1956
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DVD imperdível, que peguei na continuidade das minhas pesquisas sobre o sol do marmeleiro. Clouzot entendia das coisas, até o Truffaut teve que ocncordar: tem uma crítica bem interessante dele como extra do filme.
Há pouco a se dito: trata-se de um filme simples que deve ser visto mais do que comentado. É um filme sobre um artista em processo de criação. A "arte" de Clouzot se faz à medida que a arte de Picasso se desenha na tela. Os dois andam juntos; tornam-se uma coisa só, o filme e a tela, é muito comovente. Como diria Erice tempos depois, o cinema é muito limitado, ainda mais que a pintura. O rolo do filme acaba: é preciso que o quadro fique pronto, ainda que não esteja.
O filme de Clouzot é sobre o artista: então une a técnica ao conceitual. Precisa de uma técnica refinada para que o quadro de Picasso se funda à janela do cinema: é uma solução aciima de tudo técnica. a partir dessa solução técnica, Clouzot faz metalinguagem do espírito.
Metalinguagem: Clouzot mostra (às vezes) o fotógrafo Claude Renoir atrás das câmeras enquanto mostra (às vezes) o pintor Pablo Picasso atrás das telas. Mas só às vezes pq acima de tudo o filme é sobre o processo criativo em si. Deixe que o fazer em si nos ensine mais que qualquer coisa que possa ser elaborado a partir desse fazer. Essa é a psicologia máxima do artista!
Sem psicologia, sem didatismo, sem "filme de arte": o mistério de Picasso é grande cinema. É o documentário em expressão pura.
Comentários
Obrigada por seu comentário, sensível, inteligente.
Abraços,
Rita
abs