Matadores de Velhinhas

Matadores de Velhinhas
dos Irmãos Coen
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Muito difícil falar sobre esse Matadores de Velhinhas. Eu já tinha desistido do cinema dos Irmãos Coen desde E aí meu irmão, mas esse eu resolvi conferir, até pq gosto muito do original do Mackendrick. Mas é difícil exprimir meu sentimento diante desse filme, e o que posso dizer é que há muito tempo eu não ficava tão triste (deprimido mesmo, desanimado) depois de ver um filme. Que a vida é ruim, tudo bem, isso a gente sabe, mas pelo menos o cinema a gente espera que tenha algum fôlego, algum desejo, algum sentimento verdadeiro.

E essas linhas poderiam focar o tal “formalismo” dos Irmãos Coen recentes, etc. Mas nem é isso: é um CINISMO que domina todo o filme, no tom afetado dos personagens, na abordagem ambígua do cinema de gênero, do filme de época, e do remake. E, claro, o humor negro é ideal pra isso.

O personagem de Tom Hanks é um espelho dos irmãos diretores. Por trás de seu ranço intelectual, está a picaretagem, está o roubo da fortuna do navio-cassino, mesmo que essa grana nada represente (alguém lembrou de Hollywood?).

Tudo no filme me pareceu falso, forçado e extremamente doloroso.
Uma estrelinha pq é bem filmado, embora isso não represente nada.
Os personagens patetas dos Irmãos Coen não tem mais doçura: eles passeiam na tela com um profundo esforço e um pesar.

O gato jogando o dedo do cara na carga do navio é uma das mais dolorosas cenas já vistas recentemente no cinema sobre o destino, sobre a impossibilidade do cinema, e sobre a crueldade do cinismo.

É só, tenho que ir almoçar.

Comentários

Anônimo disse…
o que eu estava procurando, obrigado

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