Carta a Sérgio Sá Leitão
Carta a Sérgio Sá Leitão,
Secretário de Cultura do Rio de Janeiro / Diretor-Presidente da RioFilme
Secretário,
concordo que a meta deva ser o desenvolvimento. Devemos crescer, e nos multiplicar. Mas o desenvolvimento não pode ser predatório. Ele deve ser sustentável. Os países desenvolvidos já compreenderam que o modelo de desenvolvimento econômico não pode afetar o equilíbrio do ecossistema. O elo mais frágil do ecossistema precisa ser preservado, pois, dada uma cadeia alimentar, ele provocará um impacto no equilíbrio geral de todo o sistema. O desenvolvimento predatório é de curto prazo; o sustentável é de longo prazo. O cinema americano se fortaleceu na sua crise dos grandes estúdios dos anos setenta quando aprofundou os laços entre a produção in-house e a produção independente. Uma geração de realizadores como Coppola, Scorsese, Spielberg surgiu no cinema independente e oxigenou a produção dos estúdios, que flexibilizaram o seu modo de produção. Não sou contra o desenvolvimento. Mas acredito que ele não deve ser necessariamente predatório para subsistir. A agricultura não sobrevive com a monocultura. A natureza nos dá exemplos sobre a vida. Na economia, não é diferente. Muito menos na cultura. É preciso (e possível) investir no desenvolvimento com diversidade. Da irmã Índia vêm os exemplos de Amartya Sen e Muhammad Yunus, dois economistas que revolucionaram um país com o microcrédito, mostrando que a economia (o desenvolvimento) não é sinônimo de concentração mas sim de distribuição. E ainda levaram o Nobel, mais valioso que o Oscar. Esses foram os passos do Ministro Gil, cuja equipe você mesmo integrou, e que suponho que queira dar continuidade, tendo em vista sua trajetória política.
Muito respeitosamente,
Cinecasulófilo.
Secretário de Cultura do Rio de Janeiro / Diretor-Presidente da RioFilme
Secretário,
concordo que a meta deva ser o desenvolvimento. Devemos crescer, e nos multiplicar. Mas o desenvolvimento não pode ser predatório. Ele deve ser sustentável. Os países desenvolvidos já compreenderam que o modelo de desenvolvimento econômico não pode afetar o equilíbrio do ecossistema. O elo mais frágil do ecossistema precisa ser preservado, pois, dada uma cadeia alimentar, ele provocará um impacto no equilíbrio geral de todo o sistema. O desenvolvimento predatório é de curto prazo; o sustentável é de longo prazo. O cinema americano se fortaleceu na sua crise dos grandes estúdios dos anos setenta quando aprofundou os laços entre a produção in-house e a produção independente. Uma geração de realizadores como Coppola, Scorsese, Spielberg surgiu no cinema independente e oxigenou a produção dos estúdios, que flexibilizaram o seu modo de produção. Não sou contra o desenvolvimento. Mas acredito que ele não deve ser necessariamente predatório para subsistir. A agricultura não sobrevive com a monocultura. A natureza nos dá exemplos sobre a vida. Na economia, não é diferente. Muito menos na cultura. É preciso (e possível) investir no desenvolvimento com diversidade. Da irmã Índia vêm os exemplos de Amartya Sen e Muhammad Yunus, dois economistas que revolucionaram um país com o microcrédito, mostrando que a economia (o desenvolvimento) não é sinônimo de concentração mas sim de distribuição. E ainda levaram o Nobel, mais valioso que o Oscar. Esses foram os passos do Ministro Gil, cuja equipe você mesmo integrou, e que suponho que queira dar continuidade, tendo em vista sua trajetória política.
Muito respeitosamente,
Cinecasulófilo.
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