Wanda
De Barbara Loden
***
Uma grata surpresa este que é o único filme da Barbara Loden, mais conhecida como atriz e como esposa do Elia Kazan. Apesar de ter ganho o prêmio de melhor direção no Festival de Veneza em 1971, permanece como um filme esquecido, começando a ser redescoberto. Um filme sobre a fragilidade, um filme feminino. De início, parece um filme do novo cinema inglês, com a precariedade da vida de uma família tendo como cenário de fundo o trabalho em uma mina. Uma câmera na mão em 16mm que dá um certo aspecto documental e uma fotografia que “puxa pelo grão” aumentando o tom de fragilidade que preenche todo o filme. O trabalho dos atores é incrível, ao estilo de Cassavetes, com destaque para a própria Barbara Loden, que faz o papel principal. Mas em seguida o filme tem uma quebra e vira um road movie, um Bonnie and Clyde às avessas, quando Wanda conhece um ladrãozinho e embarca com ele pela estrada.
Quem é essa mulher, quem é essa personagem? Ao mesmo tempo em que a acompanhamos, sabemos muito pouco sobre ela. Uma mulher independente mas que ao mesmo tempo parece passiva demais para as circunstâncias, muitas vezes meio “burra” e ingênua demais para ser uma personagem totalmente livre (e por isso o filme gerou uma fúria nas feministas da época). O que resta a essa mulher? Uma certeza: ela sabe que não quer mais a vida junto ao marido e aos filhos, e então embarca numa vida pela estrada, de homem em homem, de carro em carro, “deixando a vida lhe levar”. Sem rumo, Wanda é uma mistura de Easy Rider, Bonnie e Clyde, Corrida Sem Fim, Cada um Vive como Quer e Terra de Ninguém. Mas com um quê de Cassavetes, um toque de A Woman Under the Influence. Só que o filme é de 1971. Wanda, mais de 35 anos depois, permanece muito atual, uma lição ainda mais quando pensamos nos rumos do tal “cinema independente americano”. É uma pena que a carreira de Loden não tenha decolado, e me parece que não o foi por conta de perversa influência de Kazan, que ficou bastante mordido com a repercussão do filme, e dificultou inclusive seu lançamento comercial nos Estados Unidos. Alguns anos depois Loden morreu de câncer, mais conhecida como atriz, sendo que seu belo Wanda ainda permanece como um filme maldito.
.
De Barbara Loden
***
Uma grata surpresa este que é o único filme da Barbara Loden, mais conhecida como atriz e como esposa do Elia Kazan. Apesar de ter ganho o prêmio de melhor direção no Festival de Veneza em 1971, permanece como um filme esquecido, começando a ser redescoberto. Um filme sobre a fragilidade, um filme feminino. De início, parece um filme do novo cinema inglês, com a precariedade da vida de uma família tendo como cenário de fundo o trabalho em uma mina. Uma câmera na mão em 16mm que dá um certo aspecto documental e uma fotografia que “puxa pelo grão” aumentando o tom de fragilidade que preenche todo o filme. O trabalho dos atores é incrível, ao estilo de Cassavetes, com destaque para a própria Barbara Loden, que faz o papel principal. Mas em seguida o filme tem uma quebra e vira um road movie, um Bonnie and Clyde às avessas, quando Wanda conhece um ladrãozinho e embarca com ele pela estrada.
Quem é essa mulher, quem é essa personagem? Ao mesmo tempo em que a acompanhamos, sabemos muito pouco sobre ela. Uma mulher independente mas que ao mesmo tempo parece passiva demais para as circunstâncias, muitas vezes meio “burra” e ingênua demais para ser uma personagem totalmente livre (e por isso o filme gerou uma fúria nas feministas da época). O que resta a essa mulher? Uma certeza: ela sabe que não quer mais a vida junto ao marido e aos filhos, e então embarca numa vida pela estrada, de homem em homem, de carro em carro, “deixando a vida lhe levar”. Sem rumo, Wanda é uma mistura de Easy Rider, Bonnie e Clyde, Corrida Sem Fim, Cada um Vive como Quer e Terra de Ninguém. Mas com um quê de Cassavetes, um toque de A Woman Under the Influence. Só que o filme é de 1971. Wanda, mais de 35 anos depois, permanece muito atual, uma lição ainda mais quando pensamos nos rumos do tal “cinema independente americano”. É uma pena que a carreira de Loden não tenha decolado, e me parece que não o foi por conta de perversa influência de Kazan, que ficou bastante mordido com a repercussão do filme, e dificultou inclusive seu lançamento comercial nos Estados Unidos. Alguns anos depois Loden morreu de câncer, mais conhecida como atriz, sendo que seu belo Wanda ainda permanece como um filme maldito.
.
Comentários