Hukkle
Hukkle
De Gyorgy Palfi
* ½
Exibido na Mostra de Cinema Húngaro no MAM, o primeiro filme de Gyorgy Palfi despertou a atenção em diversos festivais internacionais pelo seu tom particular e sua excelência técnica. Sem nenhum diálogo, Hukkle é uma expressão onomatopéica que se refere ao som de um soluço, emitido por um velho camponês, que serve como uma espécie de leitmotif ao filme. Inventivo, Hukkle trabalha num tom estranho: por um lado, parece uma espécie de “filme etnográfico” sobre uma região campestre e semi-rural, especialmente em seus planos próximos de animais locais. Mas aos poucos, a partir de trinta minutos, o filme vai se revelando como um thriller, em que um policial investiga misteriosas mortes no local. Olhando assim, o leitor poderia achar que se trata de uma espécie de Zoofilia, o filme de Rosinson Devor exibido no Festival do Rio, mas como não poderia deixar de ser para um filme da Europa Oriental, há um certo tom mórbido, um humor negro que envolve o filme. É um filme totalmente ficcional, de base sarcástica e irônica. Esse humor negro dá ao filme um tom bastante inusitado, especialmente em se tratando de um primeiro filme Por outro lado, há uma exuberante fotografia mas que dá ao filme um certo tom publicitário que me incomodou em muito. Com isso, todo o interessante pressuposto do filme acaba se revelando mais um recurso de idas-e-voltas e de um deslumbrante mas totalmente despropositado virtuosismo técnico do que propriamente um trabalho de construção de uma dramaturgia e de um universo original. Mas uma sensação de algo de “estranho no reino da Dinamarca” fica conosco ao final da projeção, especialmente após os bonitos 5 minutos finais, com uma canção cuja letra nos remete a várias coisas e o sugestivo plano final.
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De Gyorgy Palfi
* ½
Exibido na Mostra de Cinema Húngaro no MAM, o primeiro filme de Gyorgy Palfi despertou a atenção em diversos festivais internacionais pelo seu tom particular e sua excelência técnica. Sem nenhum diálogo, Hukkle é uma expressão onomatopéica que se refere ao som de um soluço, emitido por um velho camponês, que serve como uma espécie de leitmotif ao filme. Inventivo, Hukkle trabalha num tom estranho: por um lado, parece uma espécie de “filme etnográfico” sobre uma região campestre e semi-rural, especialmente em seus planos próximos de animais locais. Mas aos poucos, a partir de trinta minutos, o filme vai se revelando como um thriller, em que um policial investiga misteriosas mortes no local. Olhando assim, o leitor poderia achar que se trata de uma espécie de Zoofilia, o filme de Rosinson Devor exibido no Festival do Rio, mas como não poderia deixar de ser para um filme da Europa Oriental, há um certo tom mórbido, um humor negro que envolve o filme. É um filme totalmente ficcional, de base sarcástica e irônica. Esse humor negro dá ao filme um tom bastante inusitado, especialmente em se tratando de um primeiro filme Por outro lado, há uma exuberante fotografia mas que dá ao filme um certo tom publicitário que me incomodou em muito. Com isso, todo o interessante pressuposto do filme acaba se revelando mais um recurso de idas-e-voltas e de um deslumbrante mas totalmente despropositado virtuosismo técnico do que propriamente um trabalho de construção de uma dramaturgia e de um universo original. Mas uma sensação de algo de “estranho no reino da Dinamarca” fica conosco ao final da projeção, especialmente após os bonitos 5 minutos finais, com uma canção cuja letra nos remete a várias coisas e o sugestivo plano final.
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