(FESTRIO 19) O Casamento de Tuya
O Casamento de Tuya
de Wang Quan'an
Odeon seg 9 17:45
0 ½
O Casamento de Tuya, grande vencedor do Festival de Berlim 2007, é ruim demais. Anacrônico, é um “filme-turista”, cinema chinês de exportação, típico “filme de festival”, que filma a paisagem da China mongol como se fosse um grande cartão-postal. O filme é de uma enorme banalidade: é uma história de um “triângulo amoroso”, com uma mulher (a Tuya do título) que irá se casar novamente mas não quer abandonar o marido inválido. Dessa forma, parece um Eu, Tu, Eles, só que enquanto o filme de Andrucha aposta nos tempos largos para enfatizar o modo de vida daquela cidadezinha, Quan'an não quer saber dos tons de “cinema iraniano”. Ele irá compor o filme todo com “tempos fortes”, só que absolutamente banais: não há possibilidade de conhecermos o dia-a-dia do local, aquelas pessoas, suas motivações e sentimentos. Há apenas jogos narrativos de fugas, encontros, e uma série de “possíveis pretendentes”. O filme tem um certo tom utilitarista (a importância do dinheiro e da “modernidade”) que nos faz temer que o filme se torne uma espécie de Nenhum a Menos, o filme fascista (ou melhor, seguindo a advertência da Folha no caso Tropa de Elite, “com elementos fascistas”) de Yimou, mas no final ele acaba fazendo a crítica disso, como se todo o filme fosse um grande ditado moralista “dinheiro não traz felicidade”. Na composição dos personagens e articulação dos elementos de linguagem, o filme é extremamente básico, sendo que não existe um único plano em que o filme pulse alguma energia, alguma vida, algum sopro de novidade. Minto: há um único plano de interesse, quando Tuya vai de carro com o “magnata do petróleo” (aliás, o que é esse personagem?) e, com a câmera por cima de seu ombro, ela vira o rosto e solta uma meia-lágrima, quando não sabemos se ela apenas está sonolenta ou se o filme aponta para a tristeza de sua despedida. O filme só escapa da “bolinha preta” por causa do seu final, único ponto
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