O Plano Perfeito
O Plano Perfeito
de Spike Lee
Paço qui 18 18:30
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Não deixa de ser desconcertante a forma como O Plano Perfeito entrelaça os códigos do cinemão americano para fazer uma espécie de filme político (apesar de muito blasé). Ainda mais no Brasil de hoje, dominado pelo mensalão e pelo PCC, torna-se um filme profundamente atual. Mas o filme de Spike Lee é um filme pós-moderno: as convenções do cinema de ação hollywoodianos são afirmadas e negadas ao mesmo tempo, ao gosto do freguês, numa verdadeira salada russa (montanha-russa?) de sensações, sentimentos, ações, e é claro de cinema. Um sentido da imagem, o uso do cinemascope, longas gruas combinadas com planos próximos em câmera na mão, impressionam o espectador especialmente nos primeiros vinte minutos. Depois, o efeito-anestesia.
Não há possibilidade de justiça
É um filme falso, cínico, que trabalha sobre as superfícies da imagem. E tome todos os clichês de filme policial que são possíveis imaginar. E algumas (várias) coisas estranhas (tipo imigrantes de todos os tipos, até albaneses, tipo o papo da criança com o bandido dentro do cofre, ou tipo os merchandings hilários – DELL, Pepsi, etc). Ao final, fica claro o ponto-de-vista crítico da direção, mas fica um certo bocejo em relação à trajetória para chegar a isso. Porque o cinema já está bem grandinho e a sensação de montanha-russa do primeiro cinema não raras vezes me enche o saco.
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