O Brasil venceu. Está classificado para mais uma Copa. A Capital Federal canta o hino nacional com energia.
Quase anoitece. A rua está mais deserta que de costume.
Estou aqui, debruçado na janela. A casa ainda tem cheiro de tinta.
Todos os traços percorrem os mesmos celeiros, os mesmos pincéis.
Daqui, tudo parece calmo como antes.
Parece que nada mudou. Mas ontem você estava aqui.
Hoje talvez também esteja. Mas meus olhos não vêem mais.
Os lençóis manchados. Os óculos partidos. Os tonéis entreabertos.
Não há ressaca, não há festa, não há vidraças trincadas.
Hoje o telefone não toca, a geladeira não geme, o ventilador não range.
Mas nem por isso tudo parece vazio ou parado.
Adormecido, à espera de sua hora do acordar.
As cortinas sonolentas entoam um cântico um tanto fúnebre
que adocica os demônios e embriaga as vilanias.
Queria que cada passo fosse um de cada vez, pé por pé.
As mãos se debruçam nos umbrais, protegendo-se do vento.
A brisa é estéril, o leito é seco, o verso é fútil.
Ainda assim, me apóio neles como se fosse a primeira vez.
Ou a última. Porque de tudo eis que me restam:
o horizonte, as ventainhas, a campainha histérica,
as vozes de comando e os túneis de perdizes.
Quando tudo parece perdido, procuro ouvir a voz do vento,
tranco os ferrolhos das fechaduras
e observo minha vida passar lá longe, sorrateira,
sem deixar rastro,
completamente despercebida.
Quase anoitece. A rua está mais deserta que de costume.
Estou aqui, debruçado na janela. A casa ainda tem cheiro de tinta.
Todos os traços percorrem os mesmos celeiros, os mesmos pincéis.
Daqui, tudo parece calmo como antes.
Parece que nada mudou. Mas ontem você estava aqui.
Hoje talvez também esteja. Mas meus olhos não vêem mais.
Os lençóis manchados. Os óculos partidos. Os tonéis entreabertos.
Não há ressaca, não há festa, não há vidraças trincadas.
Hoje o telefone não toca, a geladeira não geme, o ventilador não range.
Mas nem por isso tudo parece vazio ou parado.
Adormecido, à espera de sua hora do acordar.
As cortinas sonolentas entoam um cântico um tanto fúnebre
que adocica os demônios e embriaga as vilanias.
Queria que cada passo fosse um de cada vez, pé por pé.
As mãos se debruçam nos umbrais, protegendo-se do vento.
A brisa é estéril, o leito é seco, o verso é fútil.
Ainda assim, me apóio neles como se fosse a primeira vez.
Ou a última. Porque de tudo eis que me restam:
o horizonte, as ventainhas, a campainha histérica,
as vozes de comando e os túneis de perdizes.
Quando tudo parece perdido, procuro ouvir a voz do vento,
tranco os ferrolhos das fechaduras
e observo minha vida passar lá longe, sorrateira,
sem deixar rastro,
completamente despercebida.
Comentários
pela falta de tempo no fim-de-semana conturbado, não pude ainda assistir a nada, mas dei uma palhinha rápida, e percebi alguns traços fortes e parece q característicos da sua obra: família, religiosidade, e lar.
Fiquei bem interessado! Um filme Abstrato, Casulo, NATAL, e o da mangueira que esqueci o nome... foram os que conferi, mas quero rever com mais atenção e menos preça! Terei tempo essa semana para isso........
e é incrível o poder da música... e como ela, em junção às imagens, adquirem uma força e potência enormes. E trabalham com a emoção.
Verei todos! Estou ansioso!!!