DESEJO E OBSESSÃO
DESEJO E OBSESSÃO
De Claire Denis
Estação Botafogo 1, 16 ago 19:40
***
É difícil começar um texto sobre TROUBLE EVERY DAY, porque o cinema da Claire Denis é completamente avesso aos rótulos, é fugidio em relação às tentativas de definição. “É isso”, mas quando se começa a falar sobre isso, ele já virou “aquilo”, e daí em diante. A essência do cinema da Claire Denis é fugidia, ela nos escapa ao entendimento. Daí que se torna apaixonante, ousado, e tbem profundamente questionador sobre o que é a natureza do cinema.
Desconcertante, porque a cada metamorfose de Denis, de um filme para outro, revela-se um desejo pela linguagem, pelo cinema, pelas contradições da natureza do ser humano.
TROUBLE EVERY DAY é um filme sobre canibalismo. Mas para Denis, esse típico “filme B” não é uma história de horror, e sim uma história de amor. É tbem, claro, um filme sobre o desejo. Sobre como o desejo é necessário e como é vão. Sobre (adoro usar esse termo) a impotência da condição humana. Sobre a fragilidade da condição humana.
Um filme B, com todos os rastros falsos de um certo cinema de gênero (um filme de vampiros).
Um filme que questiona a linearidade narrativa do cinema clássico.
Um filme sobre o desejo. Sobre como o amor (a paixão) é auto-destrutivo.
Uma atuação extraordinária de Vincent Gallo.
Um conflito entre amor e paixão, entre razão e instinto, entre liberdade e destino, entre morte e vida., entre o cinema narrativo e o de linguagem. Conflito ambíguo, doloroso, complexo.
E ao final, pode-se domar o desejo? Até que ponto? Será que Vincent Gallo irá “se curar” (seu impulso é uma doença...) ou irá comer (literalmente) a Beatrice Dalle, sua recém-esposa?
Claire Denis, auteure.
(me disseram que o feminino de auteur é esse.....rs)
De Claire Denis
Estação Botafogo 1, 16 ago 19:40
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É difícil começar um texto sobre TROUBLE EVERY DAY, porque o cinema da Claire Denis é completamente avesso aos rótulos, é fugidio em relação às tentativas de definição. “É isso”, mas quando se começa a falar sobre isso, ele já virou “aquilo”, e daí em diante. A essência do cinema da Claire Denis é fugidia, ela nos escapa ao entendimento. Daí que se torna apaixonante, ousado, e tbem profundamente questionador sobre o que é a natureza do cinema.
Desconcertante, porque a cada metamorfose de Denis, de um filme para outro, revela-se um desejo pela linguagem, pelo cinema, pelas contradições da natureza do ser humano.
TROUBLE EVERY DAY é um filme sobre canibalismo. Mas para Denis, esse típico “filme B” não é uma história de horror, e sim uma história de amor. É tbem, claro, um filme sobre o desejo. Sobre como o desejo é necessário e como é vão. Sobre (adoro usar esse termo) a impotência da condição humana. Sobre a fragilidade da condição humana.
Um filme B, com todos os rastros falsos de um certo cinema de gênero (um filme de vampiros).
Um filme que questiona a linearidade narrativa do cinema clássico.
Um filme sobre o desejo. Sobre como o amor (a paixão) é auto-destrutivo.
Uma atuação extraordinária de Vincent Gallo.
Um conflito entre amor e paixão, entre razão e instinto, entre liberdade e destino, entre morte e vida., entre o cinema narrativo e o de linguagem. Conflito ambíguo, doloroso, complexo.
E ao final, pode-se domar o desejo? Até que ponto? Será que Vincent Gallo irá “se curar” (seu impulso é uma doença...) ou irá comer (literalmente) a Beatrice Dalle, sua recém-esposa?
Claire Denis, auteure.
(me disseram que o feminino de auteur é esse.....rs)
Comentários
NOITES SEM DORMIR **1/2
SEXTA À NOITE ***1/2
O INTRUSO **1/2
perdi NENETE E BONI (passava no TCE) e BOM TRABALHO (passou no Fest Rio)