Como uma Imagem

Como uma Imagem
De Agnes Jaoui
Est Paissandu, dom 3 19hs
*½ , talvez **

Depois do chocolate tricolor (ai como é bom ver o menguim cair de quatro...), fui ver Como uma Imagem pouco interessado no filme. Achei curiosa a comparação do estilo de Jaoui com o de Woody Allen: ela que é chamada de Woody Allen francesa de saias (?!!?). Seu cinema é típico do circuito de arte: um cinema delicado, íntimo, refinado, de bom gosto, mas que no fundo acrescenta muito pouco em termos de linguagem e em termos de um olhar sobre cinema. Por outro lado, Jaoui mostra uma sensibilidade, um toque feminino de direção, um olhar sobre o relacionamento humano, sobre as pequenas fraquezas de seus personagens. É curioso tbem como os personagens são “resmungões”, eles estão sempre reclamando de alguma coisa. Allen deve gostar dos filmes de Jaoui, porque ela consegue equilibrar comédia e drama, embora caia mais para o segundo, que é uma coisa que o Allen vem tentando ao longo de sua filmografia (embora ele caia mais para o primeiro gênero). O tema do “sucesso” é a mola mestra do filme, e tbem a questão dos “contatos”, tão importante no meio artístico (e acho que em qualquer meio). Às vezes, o filme tem momentos intensos, verdadeiros; às vezes, cai em alguns clichês, tanto de interpretação quanto de plot (os personagens se revelam meio caricaturais, como por exemplo, o pai artista egoísta que caga pra filha). No final, se não diz muito, ficou acima da minha expectativa: é um filme humano, bem intencionado, sobre a fraqueza de seus personagens, sobre o dia-a-dia, e bem francês. Em termos de cinema, no entanto, fica devendo. Dizer simplesmente que “é um filme de roteiro” também é maldade: o filme tem méritos na sobriedade da encenação, na direção de atores, e no ritmo, que não cai. Um filme equilibrado, redondo, sentidinho, correto, mas que nunca chega a empolgar ou surpreender. Tem méritos, mas discretos.

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