Contra todos
Contra Todos
De Roberto Moreira
Odeon, Ter 16/11/04 21hs
0
Sim, de um lado existe o “novo” cinema televisivo (filmes de estreantes: Jorge Fernando, Jayme Monjardim, Maurício Farias) e de outro, o “novo” cinema alternativo (filmes de estreantes: Heitor Dahlia, Roberto Moreira, etc.). Então, botando na balança, infelizmente infelizmente, a balança está pesando mais para o cinema-TV, mais competente que o novo cinema artesanal.
Decerto que Contra Todos têm seus méritos (poucos, diga-se), mas o que se impõe, uma vez que já superamos a “fase da retomada” (i.e de que o cinema brasileiro acima de tudo deve existir), precisamos pensar “que cinema é esse?”. Há uma tentativa de um trabalho de um vigor de linguagem, no improviso, na câmera na mão, no relato ficcional com um pano de fundo de tragédia social, etc, etc, mas em tudo isso Contra Todos fracassa, e fracassa por sua incompetência, na dificuldade que seu diretor encontra em que a realidade pulse, em construir a partir do improviso um cinema que também circule pelo frescor e pelo inesperado. A linguagem vira então mero cacoete; o final vira mero “jogo de palavras/planos” mais que possibilidade de um outro olhar (de Rashomon, O Grande Golpe ou até Infinitamente Maio).
Contra Todos é tbem a prova definitiva que a O2 tem um perfil, é uma das poucas produtoras que têm um perfil. É o perfil da pasteurização da realidade, de que a realidade é um mero filme de ficção (e ruim, diga-se de passagem), da caricaturização das relações sociais e pessoais, etc etc etc. Nisso, é preciso ressaltar: Contra Todos é um típico projeto da O2. Reacionário por execelência, por fazer da invenção uma arma a favor de seu implícito discurso. São sedutores: a linguagem é mero pretexto de ilusão/sedução do espectador, subterfúgio trapaceiro para lançar sua visão de cinema e de mundo, que numa olhada um pouco mais atenta, se desvela de forma muito clara.
De Roberto Moreira
Odeon, Ter 16/11/04 21hs
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Sim, de um lado existe o “novo” cinema televisivo (filmes de estreantes: Jorge Fernando, Jayme Monjardim, Maurício Farias) e de outro, o “novo” cinema alternativo (filmes de estreantes: Heitor Dahlia, Roberto Moreira, etc.). Então, botando na balança, infelizmente infelizmente, a balança está pesando mais para o cinema-TV, mais competente que o novo cinema artesanal.
Decerto que Contra Todos têm seus méritos (poucos, diga-se), mas o que se impõe, uma vez que já superamos a “fase da retomada” (i.e de que o cinema brasileiro acima de tudo deve existir), precisamos pensar “que cinema é esse?”. Há uma tentativa de um trabalho de um vigor de linguagem, no improviso, na câmera na mão, no relato ficcional com um pano de fundo de tragédia social, etc, etc, mas em tudo isso Contra Todos fracassa, e fracassa por sua incompetência, na dificuldade que seu diretor encontra em que a realidade pulse, em construir a partir do improviso um cinema que também circule pelo frescor e pelo inesperado. A linguagem vira então mero cacoete; o final vira mero “jogo de palavras/planos” mais que possibilidade de um outro olhar (de Rashomon, O Grande Golpe ou até Infinitamente Maio).
Contra Todos é tbem a prova definitiva que a O2 tem um perfil, é uma das poucas produtoras que têm um perfil. É o perfil da pasteurização da realidade, de que a realidade é um mero filme de ficção (e ruim, diga-se de passagem), da caricaturização das relações sociais e pessoais, etc etc etc. Nisso, é preciso ressaltar: Contra Todos é um típico projeto da O2. Reacionário por execelência, por fazer da invenção uma arma a favor de seu implícito discurso. São sedutores: a linguagem é mero pretexto de ilusão/sedução do espectador, subterfúgio trapaceiro para lançar sua visão de cinema e de mundo, que numa olhada um pouco mais atenta, se desvela de forma muito clara.
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