Por um cinema autista e solitário
Essa semana fui almoçar com o bom alto clero aqui do meu trabalho junto com um membro do CSC, e foi ótimo o almoço: lembranças da Embra e de um cinema brasileiro, etc. Ótimo mesmo! Muitas histórias...
No meio desse papo, surgiu uma conversa de uma cinema solitário, e foi feita a constatação - cruel e inevitável - que apesar de fazer grandes filmes Júlio Bressane é uma figura completamente solitária no cinema brasileiro, que morrerá com ele. Indignado, eu tentei contra-argumentar falando por exemplo da importância histórica de um Limite, por exemplo, base de todo um cinema brasileiro. "Mas que importância? Quem foi dialogar com Limite?"
E é verdade. Mário Peixoto, Ozualdo Candeias, Júlio Bressane, personagens marginais de um cinema marginal. Pontos perdidos num espaço. "Limite não teve 1% da repercussão, da importância histórica de um Deus e o Diabo". Sim, é verdade. Mas talvez seja por isso mesmo, talvez seja exatamente por isso que esses filmes sejam grandes, sejam a essência de um cinema brasileiro, sejam espelho do desejo por um cinema que não se prende a categorizações, sejam o reduto de um "cinema autista", de um cinema que não se preocupa com nada a não ser com a coerência interna de sua obra. Até porque se não fossem caras doidos como um Godard ou como um Fassbinder, quem iria ver valor em um cineasta como Ophuls, como Fuller ou um Douglas Sirk? E pensar que um Ozu só foi descoberto quase no seu leito de morte, etc, etc. E esses filmes, não tiveram importância nenhuma?
Depois dessa conversa, tive a convicção (temporária) que Limite é um grande, enorme filme e é um filme pequeno, ínfimo, muito menor que um Cidade de Deus, por exemplo. Por isso mesmo, os três grandes cineastas brasileiros são Mário Peixoto, Júlio Bressane e Ozualdo Candeias.
Filmes não precisam mudar o mundo, bastam mudar um mundo.
No meio desse papo, surgiu uma conversa de uma cinema solitário, e foi feita a constatação - cruel e inevitável - que apesar de fazer grandes filmes Júlio Bressane é uma figura completamente solitária no cinema brasileiro, que morrerá com ele. Indignado, eu tentei contra-argumentar falando por exemplo da importância histórica de um Limite, por exemplo, base de todo um cinema brasileiro. "Mas que importância? Quem foi dialogar com Limite?"
E é verdade. Mário Peixoto, Ozualdo Candeias, Júlio Bressane, personagens marginais de um cinema marginal. Pontos perdidos num espaço. "Limite não teve 1% da repercussão, da importância histórica de um Deus e o Diabo". Sim, é verdade. Mas talvez seja por isso mesmo, talvez seja exatamente por isso que esses filmes sejam grandes, sejam a essência de um cinema brasileiro, sejam espelho do desejo por um cinema que não se prende a categorizações, sejam o reduto de um "cinema autista", de um cinema que não se preocupa com nada a não ser com a coerência interna de sua obra. Até porque se não fossem caras doidos como um Godard ou como um Fassbinder, quem iria ver valor em um cineasta como Ophuls, como Fuller ou um Douglas Sirk? E pensar que um Ozu só foi descoberto quase no seu leito de morte, etc, etc. E esses filmes, não tiveram importância nenhuma?
Depois dessa conversa, tive a convicção (temporária) que Limite é um grande, enorme filme e é um filme pequeno, ínfimo, muito menor que um Cidade de Deus, por exemplo. Por isso mesmo, os três grandes cineastas brasileiros são Mário Peixoto, Júlio Bressane e Ozualdo Candeias.
Filmes não precisam mudar o mundo, bastam mudar um mundo.
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