mais sobre a listinha
estou olhando para a minha listinha agora, e é genial, pq se fosse uns anos atrás eu iria colocar os "grandes filmes", o "cânon", iria querer fazer uma "lista representativa" e cada vez mais acho isso uma grande bobagem, e uma coisa q combina muito pouco com o espírito desse blog. então por isso mesmo boto um filme ultra-menor como estranho triângulo, mas q me fez descobrir coisas em mim muito mais que acossado (sorry mas é verdade...) embora este seja um filme 100000 vezes mais importante, melhor que aquele. mas foda-se: o que vai ficar comigo é isso, para o bem ou para o mal. isso é genial. por isso o melhor filme de todos os tempos se chama NÃO AMARÁS, e só de escrever isso com letras maiúsculas já me dá um arrepio de alma em pensar o que seja esse filme. por isso boto na minha lista um filme do gênio Rocco Siffredi, que me estimulou muito mais na minha vida que todos os filmes de Renoir juntos. Por isso na minha lista entra WALDEN um filme tão pequeno, tão pequeno que não cabe no mundo, se projeta de fora da tela para dentro da nossa alma, um diário filmado, um filme de vanguarda, de ponta, que vai homenagear os irmãos Lumière. Por isso tem crônica de anna magdalena bach, o filme mais ousado de todos os tempos, o filme mais rigoroso de todos os tempos. Por isso tem silver city um curta do wim wenders que mudou a minha vida, que me fez ver pq sou oriental, q me fez entender q um bloco de cimento pode ter mais sentimento que um beijo na boca, q me fez ver que um cartão-postal é tudo o que uma cidade NÃO pode ser. Por isso tem japón que parece que ainda consegue fazer algo novo no cinema, que quer deixar todas as convenções de lado para se projetar num cinema de verdade. Por isso tem o desconcertante filme de estréia do candeias, um caminhoneiro grosseirão que fez um filme absolutamente ingênuo, místico, humano e cinamatográfico, que transcende tudo o que a gente aprende nas faculdades de cinema. Por isso tem le trou, um filme gay de um diretor acadêmico que sabia que estava morrendo, e fez uma declaração de amor pessoal e ambígua (e muito dolorosa) em relação á vida e ao cinema, um filme só feito de som e de decupagem, um filme que leva ao paroxismo todas as convenções da narrativa clássica, o maior filme político sobre a liberdade e sobre como o Homem é um puto e se vende por um trocado de ilusões, porque somos um bando de fudidos, que tem o final mais político de todos os tempos (“pobre jean”). Por isso tem todos os filmes, que são filmes que podem ser melhores ou piores mas que ficaram em mim de algum modo, de um modo que muitas vezes ainda não sei bem porquê, e talvez sua “indecifrabilidade” me fascine, me cause um arrepio de alma, e eu sou hoje parte desses filmes, parte do que encontrei a partir desses filmes. Hoje talvez eu acrescentaria nessa lista LADRÕES DE BICILETAS e A LOJA DA ESQUINA, se bem que são dois filmes um pouco mais distantes do que sou hoje, mas na época mudaram minha vida. Assim como me mudaram filmes que estão ainda mais distantes de mim hoje como A ÚLTIMA GARGALHADA e O ANJO AZUL.
Comentários
abs.
luiz pretti