(FestRio) Temporada de Patos

Temporada de Patos
De Fernando Eimbcke
México, 2004
Esp Unib 1, sab 19hs
** (ou *?)

Estou com uma preguiça danada para escrever sobre esse simpático mas só simpático projeto de Eimbcke. É um filme meigo, mas por que a simpatia? Porque é um primeiro filme. E como primeiro filme, Temporada de Patos cumpre seu papel, um trabalho muito simples, com quatro atores dentro de um apartamento, filmado em PB. Dois garotos adolescentes ficam em casa sozinhos e recebem a “visita” de uma vizinha e de um entregador de pizza. Claro, daí surge a comédia, e a estrutura do filme é de “esquetes” cômicas, mas com o tempo acaba se esgotando, e mostrando a pouca inventividade e a limitação do projeto de cinema de Eimbcke: simplesmente descritivo, o roteiro cansa, passa a se repetir e chega a chatear o espectador. Nesse interior, nessa tentativa insana de “fazer o tempo passar”, e por ser em PB, o filme dialoga diretamente com o cinema de Jarmusch, mas o faz de forma claramente caricaturizada. Nos créditos finais, o diretor chega a agradecer a Jarmusch e a Ozu (eu como oriental soltei um oh! no cinema, porque neguim acha que é só botar câmera baixa e passar o filme em interiores para fazer referência a Ozu quando o buraco é muito, muito mais embaixo...). O mais interessante do filme (de sobra...) é como o diretor trabalha a questão da tensão sexual entre os dois meninos e a garota, além do trabalho com os atores-mirins claramente não-profissionais (a menina que parece mais treinada). Dividindo suas esquetes com fade ins muito básicos e com recursos de roteiro um tanto desgastados (a maconha, o entregador de pizza martirizado, ...), logo se vê que Eimbcke dará um bom roteirista para a Televisa: para fazer cinema terá que se soltar muito. Logo no início com planos vazios dos arredores do apartamento, um prato cheio pra quem sabe filmar, já vemos a falta de talento de Eimbcke: os planos são mais preocupados com a “pose fotográfica” do que com um conceito de espaço vazio ou de temporalidade (ou seja, o cara viu os filmes de Ozu mas não entendeu nada). Ingênuo e modesto, Eimbcke é tolerável por sua humildade, por sua consciência de realizar um pequeno primeiro filme, mas sinceramente não me parece um nome promissor para os futuros. Como filme, eu compraria para a minha distribuidora, mas não recomendaria para os meus alunos, se é que vces me entendem...

E .... AGORA ACABOU DE VEZ ESSA MERDA DE FESTIVAL DO RIO!!!!!
UHUUUUUUUUU!!!!!!! LIBERDADE!!!!!!!

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