(FestRio) Dia e Noite
DIA E NOITE
de Wang Chao
China, 2004
EUnibanco 3, qui 23:30
**
Segundo longa do chinês Wang Chao, que foi assistente de Chen Kaige, Dia e Noite convence no tratamento do tempo pelo diretor. Todo o filme é em geral filmado com longos planos-sequência de bastante expressividade, valorizados por um trabalho corporal dos atores, especialmente o protagonista, de intensa contenção, à moda do bom cinema oriental. No entanto, a narrativa é débil, e cai em alguns clichês. Ajudante de mineração fica traumatizado com a morte do chefe e mestre; sente-se culpado, especialmente porque tinha um caso com sua esposa, mais nova que ele. Todo o filme se debruça sobre esse trauma, valorizado de forma excessiva dados os desenvolvimentos psicológicos. O exagero cai em alguns clichês. Mas se a narrativa é desgastada, o filme tem um uso do tempo e do espaço bastante inventivo. O uso corporal, como já dissemos, valoriza o filme: é incrível uma sequência em que o casal vai fazer amor após a morte do mestre, e subitamente o aprendiz cai em prantos sobre o colo do viúva. Por ser um segundo filme, i.e ainda de estreante, Dia e Noite tem os seus méritos, e revela que Wang Chao pode produzir grande cinema se a narrativa de seu próximo trabalho for tão intensa quanto seu sentimento para com o cinema e a linguagem.
de Wang Chao
China, 2004
EUnibanco 3, qui 23:30
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Segundo longa do chinês Wang Chao, que foi assistente de Chen Kaige, Dia e Noite convence no tratamento do tempo pelo diretor. Todo o filme é em geral filmado com longos planos-sequência de bastante expressividade, valorizados por um trabalho corporal dos atores, especialmente o protagonista, de intensa contenção, à moda do bom cinema oriental. No entanto, a narrativa é débil, e cai em alguns clichês. Ajudante de mineração fica traumatizado com a morte do chefe e mestre; sente-se culpado, especialmente porque tinha um caso com sua esposa, mais nova que ele. Todo o filme se debruça sobre esse trauma, valorizado de forma excessiva dados os desenvolvimentos psicológicos. O exagero cai em alguns clichês. Mas se a narrativa é desgastada, o filme tem um uso do tempo e do espaço bastante inventivo. O uso corporal, como já dissemos, valoriza o filme: é incrível uma sequência em que o casal vai fazer amor após a morte do mestre, e subitamente o aprendiz cai em prantos sobre o colo do viúva. Por ser um segundo filme, i.e ainda de estreante, Dia e Noite tem os seus méritos, e revela que Wang Chao pode produzir grande cinema se a narrativa de seu próximo trabalho for tão intensa quanto seu sentimento para com o cinema e a linguagem.
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