(FestRio) Anatomia do Inferno
Anatomia do Inferno
De Catherine Breillat
França 2003
*
Primeiro filme que vejo da polêmica sacana Breillat; outro com o ótimo Rocco Siffredi, gênio do cinema pornô, como diretor e ator. Não é possível ver Anatomia do Inferno sem deixar de pensar em Filme de Amor, a última obra do Bressane. E apesar de todo o prestígio de Breillat, a balança pesa muito mais para o lado de Bressane: os diálogos impostados, a inserção da pornografia, a o domínio cênico numa claustrofobia teatral limite, o jogo dos atores, o papel da intimidade, a extrapolação da narrativa por episódios, a presença do mar. São vários os elementos que são comuns entre um e outro filme, e parece que em todos eles o filme de Bressane leva vantagem. Sim, mas isso fala muito mais sobre o outro filme do que este. Isto posto, Breillat faz mais um filme sobre a pornografia, mas nem tanto sobre a pornografia quanto em relação à perversão e à impossibilidade do Homem de transcender todos os seus preconceitos e limites. Breillat provoca o espectador e em suas provocações, o filme se enfraquece, parece brincadeira de criança mal educada mais do que a construção de uma nova dramaturgia, e nisso Bressane é muito, mas muito mais adulto que Breillat, mais preocupada com o choque e com os símbolos um tanto fáceis do que com a coerência interna de seu filme. Ainda assim, não deixa de ser singelo e ter bons momentos, especialmente no final. É um filme menor de Breillat, trabalho de artesanato digno, mas cai em alguns cacoetes que comprovam sua exaustão: é um filme que no fundo não parece ter muito a dizer.
De Catherine Breillat
França 2003
*
Primeiro filme que vejo da polêmica sacana Breillat; outro com o ótimo Rocco Siffredi, gênio do cinema pornô, como diretor e ator. Não é possível ver Anatomia do Inferno sem deixar de pensar em Filme de Amor, a última obra do Bressane. E apesar de todo o prestígio de Breillat, a balança pesa muito mais para o lado de Bressane: os diálogos impostados, a inserção da pornografia, a o domínio cênico numa claustrofobia teatral limite, o jogo dos atores, o papel da intimidade, a extrapolação da narrativa por episódios, a presença do mar. São vários os elementos que são comuns entre um e outro filme, e parece que em todos eles o filme de Bressane leva vantagem. Sim, mas isso fala muito mais sobre o outro filme do que este. Isto posto, Breillat faz mais um filme sobre a pornografia, mas nem tanto sobre a pornografia quanto em relação à perversão e à impossibilidade do Homem de transcender todos os seus preconceitos e limites. Breillat provoca o espectador e em suas provocações, o filme se enfraquece, parece brincadeira de criança mal educada mais do que a construção de uma nova dramaturgia, e nisso Bressane é muito, mas muito mais adulto que Breillat, mais preocupada com o choque e com os símbolos um tanto fáceis do que com a coerência interna de seu filme. Ainda assim, não deixa de ser singelo e ter bons momentos, especialmente no final. É um filme menor de Breillat, trabalho de artesanato digno, mas cai em alguns cacoetes que comprovam sua exaustão: é um filme que no fundo não parece ter muito a dizer.
Comentários