(FestRio) O abraço partido

O ABRAÇO PARTIDO
de Daniel Burman
Argentina, 2003
**

Vou falar rapidamente sobre esse filme argentino que ganhou vários prêmios em Berlim. No começo não gostei nada de O Abraço Partido: pelo humor de judeu gasto e ralo, pelos trejeitos da câmera na mão que, se dão um look meio de documentário e mais descontraído ao filme, não acrescentam em nada à dramaturgia e com o tempo viram um pé-no-saco. Pelo roteiro que bamboleava (?) entre a chanchada e a crônica de costumes.

Mas aos pouquinhos o filme foi se revelando, e qdo vi já estava de cabeça no filme. O filho censura o pai mas está seguindo exatamente pelo mesmo caminho (querendo ir para a Polônia, desistindo não sabendo o porque da mulher que ama, "pegando" sua vizinha de galeria...). O filho tem uma profunda relação de amor e ódio com o pai: quer saber muito sobre ele, mas ao mesmo tempo quer distância. Isso é trabalhado indiretamente no filme como uma relação entre gerações na Argentina: o sentimento do filho para com o pai é de diversas medidas o mesmo que os jovens argentinos têm para uma velha argentina. O problema é que essa argentina está morrendo ou pelo menos "se aposentando" (seu osvaldo) e a jovem argentina está repetindo os mesmo erros da antiga e fazendo as mesmas cobranças. O abraço literalmente no final entre pai e filho mostra então numa aposta do diretor numa argentina não-partida, e o filmes e revela profundamente honesto, e com uma visão social que foge do estereótipo. essa jovem argentina é retratada através do filho com um olhar muito particular, sua falta de perspectivas e desesperança. Como cinema não é grande coisa, mas nos 30 minutos finais, o filme tem os seus momentos, esp de roteiro.

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