(FestRio) Mal dos Trópicos
Mal dos Trópicos
de.... (do tailandês que é impossível escrever ou falar o nome)
***
Api-chatong (essa foi boa), depois do Eternamente Sua, faz mais um trabalho estranhíssimo, um cinema de ponta. é o chamado "cinema-chuta-o-balde" porque tudo se torna possível. De qualquer forma, o filme tem duas partes: na primeira, um grupo de pára-militares que cuidam de uma floresta + início de idílio amoroso entre dois caras; na segunda, uma transformação incrível: um deles passa a viver na floresta, convivendo com os animais e mitos da floersta.
a primeira parte parece com algo do cinema taiwanês que a gente consegue ver por aqui (de tsai a prazeres desconhecidos), com um jeito light e um homor inocente ou melancolia, mas em diversas vezes o registro atinge um grau de sinceridade incrível, com cenas longas p ex quando um garoto deita no colo do outro e chega uma mulher que os leva para uma caverna estranha (belo momento do filme...)
Mas o filme terá uma abrupta descontinuidade que o levará para outra direção: do início de romance gay, o filme vira um tratado místico, um mergulho profundo e radical nas entranhas da floresta e na alma do indivíduo, sendo (mal comparando) uma espécie de "Cobra Norato" tailandês, com uma luz incrível. Aí tem de tudo, de vagalumes a almas saindo de animais, cartelas com pinturas "primitivas", macacos dialogando com o espírito da selva, o filme vira uma mistura de Paradjanov com Dovzhenko estranhíssima. Os diálogos acabam, e vira um filme de atmosfera bastante rigoroso e absolutamente místico, o que é coroado até o final.
é um filme difícil, e Mal dos Trópicos ainda faz parte de um processo de construção, mas A.W. está longe de querer fazer o filme perfeito: a desconstrução, a surpresa e a arritmia fazem parte de seu cinema. Sinceramente não chegaria a dizer que é uma obra-prima, pq é irregular, cansativo, e cai em alguns cacoetes, mas sem dúvida alguma é cinema de ponta, obra altamente estimulante na busca de novos caminhos para a linguagem e a expressão cinematográfica. Por isso, obrigatório. Mas fã, não sou não... Os exageros são dos cus dos francófilos.
de.... (do tailandês que é impossível escrever ou falar o nome)
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Api-chatong (essa foi boa), depois do Eternamente Sua, faz mais um trabalho estranhíssimo, um cinema de ponta. é o chamado "cinema-chuta-o-balde" porque tudo se torna possível. De qualquer forma, o filme tem duas partes: na primeira, um grupo de pára-militares que cuidam de uma floresta + início de idílio amoroso entre dois caras; na segunda, uma transformação incrível: um deles passa a viver na floresta, convivendo com os animais e mitos da floersta.
a primeira parte parece com algo do cinema taiwanês que a gente consegue ver por aqui (de tsai a prazeres desconhecidos), com um jeito light e um homor inocente ou melancolia, mas em diversas vezes o registro atinge um grau de sinceridade incrível, com cenas longas p ex quando um garoto deita no colo do outro e chega uma mulher que os leva para uma caverna estranha (belo momento do filme...)
Mas o filme terá uma abrupta descontinuidade que o levará para outra direção: do início de romance gay, o filme vira um tratado místico, um mergulho profundo e radical nas entranhas da floresta e na alma do indivíduo, sendo (mal comparando) uma espécie de "Cobra Norato" tailandês, com uma luz incrível. Aí tem de tudo, de vagalumes a almas saindo de animais, cartelas com pinturas "primitivas", macacos dialogando com o espírito da selva, o filme vira uma mistura de Paradjanov com Dovzhenko estranhíssima. Os diálogos acabam, e vira um filme de atmosfera bastante rigoroso e absolutamente místico, o que é coroado até o final.
é um filme difícil, e Mal dos Trópicos ainda faz parte de um processo de construção, mas A.W. está longe de querer fazer o filme perfeito: a desconstrução, a surpresa e a arritmia fazem parte de seu cinema. Sinceramente não chegaria a dizer que é uma obra-prima, pq é irregular, cansativo, e cai em alguns cacoetes, mas sem dúvida alguma é cinema de ponta, obra altamente estimulante na busca de novos caminhos para a linguagem e a expressão cinematográfica. Por isso, obrigatório. Mas fã, não sou não... Os exageros são dos cus dos francófilos.
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