Willie Boy
WILLIE BOY
Tell them Willie Boy is here, Abraham Polonsky
***
Acho que se eu visse o filme sem saber a história de Abraham Polonsky eu teria visto outro filme. (Aliás, será que alguém conhece o Polonsky?) Mas dado que eu sabia (acho que eu só quis ver o filme por isso), tudo teve outra conotação, tudo virou absolutamente comovente. Aí só naquele plano inicial do índio saltando do trem eu já estava no segundo lenço. E isso pq é um western seco (claro...). Porque embora seja o típico cinema americano (a ação, a dramaturgia), tudo exala a própria trajetória pessoal do Polonsky: a repressão à diferença, a marginalidade, os mais de 20 anos sem PODER filmar. E aí que mesmo sendo um projeto mais comercial, é nítido o tesão, a demanda reprimida, e o olhar de Polonsky: íntimo, crítico, distante, próximo.
E daí que o filme me pareceu absolutamente cinematográfico, e absolutamente pessoal, e absolutamente comovente, e me apaixonei por essa “tragédia grega”, por esse “melodrama seco” sobre essa eterna história dos índios tentando fugir dos brancos e viver em paz, e obviamente não conseguindo.
E muito poderia ser falado mas as palavras são pequenas (e nem é que o filme seja obra-prima, mas é que, como eu falava, eu vi o filme com a vida do Polonsky na cabeça...). O casal de índios é o mesmo que o branco (Redford e a dondoca), e o filme tem várias tensões que são problematizadas por Pol: a tensão étnica, a tensão entre gerações (nos tempos do seu pai não era assim... fala o velho pro xerife), a tensão entre gênero (o homem e a mulher), entre classes sociais (o que é a reunião para o presidente?...), entre razão e o instinto, entre as aparências e a essência, entre o livre-arbítrio e o destino.
Depois de tudo que passou Polonsky, não há rancor, não há desespero: há uma profunda consciência trágica, um sentido ambíguo do herói que vai dialogar é claro com Rastros de ódio (o final queimando o índio não deixa dúvidas...). Por isso, é um filme da maturidade.
E olha que li que o próprio Polonsky nem gostava muito do filme, dizia que era meio encomendado. Espero que eu consiga ver os outros. Ah, tem tbem a ótima montagem, com cortes secos estranhos e elipses, e etc etc etc
Tell them Willie Boy is here, Abraham Polonsky
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Acho que se eu visse o filme sem saber a história de Abraham Polonsky eu teria visto outro filme. (Aliás, será que alguém conhece o Polonsky?) Mas dado que eu sabia (acho que eu só quis ver o filme por isso), tudo teve outra conotação, tudo virou absolutamente comovente. Aí só naquele plano inicial do índio saltando do trem eu já estava no segundo lenço. E isso pq é um western seco (claro...). Porque embora seja o típico cinema americano (a ação, a dramaturgia), tudo exala a própria trajetória pessoal do Polonsky: a repressão à diferença, a marginalidade, os mais de 20 anos sem PODER filmar. E aí que mesmo sendo um projeto mais comercial, é nítido o tesão, a demanda reprimida, e o olhar de Polonsky: íntimo, crítico, distante, próximo.
E daí que o filme me pareceu absolutamente cinematográfico, e absolutamente pessoal, e absolutamente comovente, e me apaixonei por essa “tragédia grega”, por esse “melodrama seco” sobre essa eterna história dos índios tentando fugir dos brancos e viver em paz, e obviamente não conseguindo.
E muito poderia ser falado mas as palavras são pequenas (e nem é que o filme seja obra-prima, mas é que, como eu falava, eu vi o filme com a vida do Polonsky na cabeça...). O casal de índios é o mesmo que o branco (Redford e a dondoca), e o filme tem várias tensões que são problematizadas por Pol: a tensão étnica, a tensão entre gerações (nos tempos do seu pai não era assim... fala o velho pro xerife), a tensão entre gênero (o homem e a mulher), entre classes sociais (o que é a reunião para o presidente?...), entre razão e o instinto, entre as aparências e a essência, entre o livre-arbítrio e o destino.
Depois de tudo que passou Polonsky, não há rancor, não há desespero: há uma profunda consciência trágica, um sentido ambíguo do herói que vai dialogar é claro com Rastros de ódio (o final queimando o índio não deixa dúvidas...). Por isso, é um filme da maturidade.
E olha que li que o próprio Polonsky nem gostava muito do filme, dizia que era meio encomendado. Espero que eu consiga ver os outros. Ah, tem tbem a ótima montagem, com cortes secos estranhos e elipses, e etc etc etc
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