Tanko (III) – Vai que é mole e E o bicho não deu

Vai que é mole
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E o bicho não deu
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Mais dois Tankos da Herbert Richers no Canal Brasil: E o bicho não deu (58) e Vai que é mole (60), ambos com Ankito e Grande Otelo. A HR precisa ser mais estudada: deu muito mais certo que as Vera Cruz da vida, ate pq era muito mais barato.

Os dois filmes têm uma coisa de deboche muito clara, e uma certa ambiguidade da associação das camadas populares com a contravenção. No primeiro, o jogo do bicho; no segundo, a dupla de cômicos é de ladrões mesmo. Mas tudo é visto de forma ingênua: os mocinhos são contraventores. Mas ingênua médio, pq será que as camadas populares são sempre ladrões, é isso? (Ou seja, nem uma coisa nem outra...)

E o bicho não deu é o outro lado de Amei um bicheiro. Mas há uma questao de classe: há os bicheiros oportunistas (o seu Madruga) e o povo, na outra ponta, que só preenche os talõezinhos.

Na estética, a simplicidade de sempre de Tanko. A observar tbem a otima fotografia de A. Daissé. "E o bicho não deu" tem uma coisa quase de slapstick qdo a dupla fica pendurada numa escada do lado de fora de um prédio. "Vai que é mole" tem uma coisa dos números musicais, pq no final "a dupla de honestos" (eles devolvem a bolsa de uma madame e ficam ironicamente com essa pecha...) vai para a Tv (é claro...)

"E o bicho não deu" achei um pouco melhor. O roteiro abre margem para mais possibilidades, na questão do jogo de bicho, e na relação da polícia com os contraventores, com mais reviravoltas e ação. "Vai que é mole" é mais básico, e se passa muito na casa do Grande Otelo, onde, apesar da precariedade, Tanko segura a direção, sem se prender aos mesmos três ou quatro planos (i.e recusando a estrutura plano próximo - plano de cobertura, etc, etc).

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