Tanko (I) - O DONO DA BOLA
Aos poucos vou pegando os filmes do Tanko feitos para a Herbert Richers. São os filmes do diretor que estão disponíveis no Canal Brasil, já que o acervo da HR está quase todo no Canal.
Tanko é um diretor injustiçado, muitas vezes esquecido. Esse croata aparentemente mal-humorado foi um grande artesão que se dedicou a fazer filmes de todos os tipos, com uma paixão simples e dedicada ao seu ofício de "fazedor de filmes": fez policiais, dramas, filmes infantis, chanchadas, e o que pintasse... Foi roteirista de todos os filmes que dirigiu.
Tanko é mais um desses tantos diretores que se dedicou a fazer cinema no Brasil...
* * *
O DONO DA BOLA
de J.B. Tanko, 1961
*
O Dono da Bola, com Golias, é diversão barata, chanchada sem grandes pretensões. Envelheceu numa visão da cenografia, das atuações, das falas posadas, mas era o modelo da época.
Na direção, surpreende como Tanko resolve as cenas com a maior simplicidade possível. É nítido seu domínio do quadro, do ritmo, e do corte. Essa geografia elementar da cena, que é o mais difícil, que é a base para qualquer diretor de cinema, o Tanko dominava sem dificuldades.
O filme segue sem sustos; o Golias passa a irritar muitas vezes com seus trejeitos careteiros, mas no final ha o toque do Tanko. No apice do filme, ha dois cachorros malhados identicos, e só um deles determinará quem será o vencedor do jogo. Toca uma musica, e o cachorro que obeceder é o verdadeiro. Ha um instante de suspense. É o unico momento em que ha espaço para o diretor. Ha um conjunto de planos (a plateia, os envolvidos, os cachorros, o maestro) que não chega a ser grande exagero se compararmos com o climax de O homem que sabia demais (será uma referencia?). Tanko, em sua simplicidade, sabia das coisas: isso fica claro qdo um dos planinhos é de uma das cameras do estudio de TV se direcionando para os cachorros...
O roteiro é um concurso de TV onde o ganhador irá faturar um bolão. Muito discretamente o filme faz uma critica do "sucesso a qualquer preço", mas não tão contundente como hoje gostariamos. No fundo, acaba virando meio apologia à Tv... (talvez...) Tem destaque a cena em que Grande Otelo canta no programa imitando provavelmente Louis Armstrong (a critica ao estrangeiro sempre foi clara nas chanchadas...)
Tanko é um diretor injustiçado, muitas vezes esquecido. Esse croata aparentemente mal-humorado foi um grande artesão que se dedicou a fazer filmes de todos os tipos, com uma paixão simples e dedicada ao seu ofício de "fazedor de filmes": fez policiais, dramas, filmes infantis, chanchadas, e o que pintasse... Foi roteirista de todos os filmes que dirigiu.
Tanko é mais um desses tantos diretores que se dedicou a fazer cinema no Brasil...
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O DONO DA BOLA
de J.B. Tanko, 1961
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O Dono da Bola, com Golias, é diversão barata, chanchada sem grandes pretensões. Envelheceu numa visão da cenografia, das atuações, das falas posadas, mas era o modelo da época.
Na direção, surpreende como Tanko resolve as cenas com a maior simplicidade possível. É nítido seu domínio do quadro, do ritmo, e do corte. Essa geografia elementar da cena, que é o mais difícil, que é a base para qualquer diretor de cinema, o Tanko dominava sem dificuldades.
O filme segue sem sustos; o Golias passa a irritar muitas vezes com seus trejeitos careteiros, mas no final ha o toque do Tanko. No apice do filme, ha dois cachorros malhados identicos, e só um deles determinará quem será o vencedor do jogo. Toca uma musica, e o cachorro que obeceder é o verdadeiro. Ha um instante de suspense. É o unico momento em que ha espaço para o diretor. Ha um conjunto de planos (a plateia, os envolvidos, os cachorros, o maestro) que não chega a ser grande exagero se compararmos com o climax de O homem que sabia demais (será uma referencia?). Tanko, em sua simplicidade, sabia das coisas: isso fica claro qdo um dos planinhos é de uma das cameras do estudio de TV se direcionando para os cachorros...
O roteiro é um concurso de TV onde o ganhador irá faturar um bolão. Muito discretamente o filme faz uma critica do "sucesso a qualquer preço", mas não tão contundente como hoje gostariamos. No fundo, acaba virando meio apologia à Tv... (talvez...) Tem destaque a cena em que Grande Otelo canta no programa imitando provavelmente Louis Armstrong (a critica ao estrangeiro sempre foi clara nas chanchadas...)
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