Dois argentinos

Histórias Mínimas
de Carlos Sorin, 2003
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Lugares Comuns
de Adolfo Aristarain, 2002
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Finalmente vi os dois argentinos apoiados pela ANCINE (ainda falta el bonaerense), e ambos foram acima e abaixo de minhas expectativas, e são dois filmes bem próximos e bem distantes.

Por um lado, HM é um retrato intimista de uma Argentina interior, na simplicidade da poesia de seus pequenos elementos, na generosidade do diretor em promover um diálogo honesto entre gente simples. Por outro, é um cartão-postal da Patagônia, ou o filme de arte para festival tão verdadeiro em seu percurso quanto Central do Brasil.

Por um lado, LC é uma narrativa acadêmica com um discurso político didático. Por outro, é um retrato angustiante sobre a derrota de uma geração, ou sobre a lucidez do fim da utopia, ou sobre a inevitabilidade do envelhecimento.

De um lado, HM = A História Real; de outro, LC = As invasões bárbaras.

De um lado, um conflito entre uma Argentina interior e a cidade de San Julien em HM; de outro, entre Buenos Aires e Madrid, em LC.

Dos dois lados, sonhos partidos: pequenos em HM, grandes em LC.
Nos dois, a questão rural, como caminho de resgate à inocência.
Nos dois, dois cineastas de 60 anos (não são filmes da nova geração).

Em ambos, a Argentina: grande, pequena, partida, querida.

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