Andy Warhol por Jonas Mekas
Award Presentation to Andy Warhol
De Jonas Mekas, 12´, 1964
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Scenes from the life of Andy Warhol: Friendships and intersections
De Jonas Mekas, 35´, 1963-90
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O Estação Paço está mostrando toda quinta 19hs uns filmes experimentais esquisitos, de vanguarda, bem interessantes. Mas nada se compara a esse programa imperdível. Entre outras coisas, dois filmes do Jonas Mekas, um cineasta que eu tenho a mais profunda admiração por filmes como Walden e Reminiscences of a Journey to Lithuania, duas obras-primas.
Pois bem, esses dois Mekas são sobre Warhol. O primeiro brinca com a coisa do plano-sequencia, a duração, a realizada e a pose para a câmera, com musica do Supremes que dá bem o clima da época, etc.
Mas o que eu quero falar mesmo é sobre o Scenes from the life. Olha, eu odeeeeio falar isso, mas um dia eu espero poder fazer um filme no espírito desse. Esse filme é quase idêntico ao Walden, no sentido da homenagem aos Lumiere, na importância do primeiro olhar, no frescor da novidade, etc. Mas é muito difícil falar de Mekas, desse ultra-teorico (a Film Culture) que filmava da forma mais intuitiva do mundo; as palavras faltam... Muito, muito a ser dito, sentido. Eu simplesmente fiquei deslumbrado mesmo sendo um filme que eu já tinha visto. Durante quase 30 anos, Mekas acompanhou Warhol e o filme retrata toda a sua intimidade de forma bruta e absolutamente livre e poética. Não há espaço para ação, para a voz, para os tempos fortes: não há tempo para isso, é preciso ir à essência das coisas. E por trás de toda essa velocidade louca que são os filmes do Mekas, da uma melancolia (trecho viagem...) porque toda essa sensação de fugacidade, toda essa liberdade é absolutamente fugidia.... E só o Mekas pra filmar um cachorro do lado de um menino, filmar outro menino com um camundongo de brinquedo fingindo de morto,,, e é isso toda uma visão de mundo que se espelha numa estética... enfim, não da pra falar.... é fundamental.... eu acho que se o cinema pode ser alguma coisa, ele é isso: esse “diário de filmagem” de Mekas, partindo no sentido completamente oposto da mitificação ou da glamourização, é o retrato da intimidade e da precariedade do olhar... ingênuo, triste, superficial, comovente, lírico, desconexo...c´est l avie......................................
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